São Paulo, cidade brasileira que mais recebe estrangeiros todos os anos, não é exatamente conhecida por ser um destino para passar as férias ou feriados. Muito menos para descansar. Mas por abrigar uma riqueza de atrações, a megalópole pode, sim, se provar um lugar divertido.
São incontáveis bares, restaurantes, parques, museus e cinemas, praças, mirantes e feiras livres em uma quantidade capaz de deixar qualquer um confuso —principalmente quem põe os pés nela pela primeira vez.
Se é impossível esgotar a visita à capital paulista em tão pouco tempo, um período de três dias pode ser ideal para ter um gostinho do que ela reúne. Veja a seguir.
Dia 1
Comece no centro da cidade. A região oferece opções para os fãs de arquitetura, como o edifício Copan, símbolo paulistano projetado por Oscar Niemeyer. Inaugurado em 1966, o prédio sinuoso fica na avenida Ipiranga e abriga livraria, sorveteria, bares e até uma galeria de arte.
Para começar com um clássico, o visitante pode tomar café na Santa Efigênia Pão & Cia. Vale provar o pão na chapa com requeijão na entrada, para conhecer a casquinha tradicional adorada por paulistanos.
Ali do lado, na avenida São Luis, fica a Galeria Metrópole, com brechós, bares e restaurantes, e que oferece vista para a praça Dom José Gaspar e a Biblioteca Mário de Andrade. Siga o passeio para a praça da República, onde há opções de almoço como o Sertó, com pratos tradicionais e diferentões. De sobremesa, a Sorveteria do Centro tem sorvetes simples e elaborados.
O Museu Cidade de São Paulo tem no centro a unidade Solar da Marquesa de Santos, cujo acervo documenta a história da cidade e tem entrada gratuita. Também fica próximo o Pateo do Collegio e Museu Anchieta, que guardam de painéis, mapas e maquetes sobre a fundação da cidade.
Quem quer ver mais arquitetura pode ir ao Centro Cultural do Banco do Brasil, inaugurado em 2001 num prédio de 1927. São cinco andares que também costumam abrigar boas exposições de tempos em tempos, e a claraboia é uma atração à parte. Ele fica bem perto da meca das compras de rua: a ladeira Porto Geral, porta de entrada da rua 25 de Março, e que já oferece lojas de acessórios e fantasias.
Os amantes das rotas históricas podem se programar para fazer a Caminhada São Paulo Negra, oferecida pelo Guia Negro. Ela dura três horas e resgata as histórias negras do centro da capital paulista, começando pelo bairro da Liberdade. A caminhada rola a cada 15 dias e custa R$ 75 por pessoa.
Durante a noite o chope gelado pode ser no Bar Brahma, no cruzamento da Ipiranga com a São João. Outra opção é a Barra Funda. Visite o Boteco da Dona Tati para curtir sua roda de samba e prove o bolinho de feijoada (R$ 10 a unidade), ou vá ao Trago para um drinque mais elaborado e um bolovo (R$ 18, com opção vegetariana).
Dia 2
Chegando de manhã ao Parque Ibirapuera, o visitante que gosta de se movimentar pode aproveitar a área verde para correr ou alugar uma bicicleta. Elas estão disponíveis todos os dias nos portões 4, 6 e 9. Há mapas ali dentro que ajudam a localizar diferentes locais como o planetário, restaurantes e prédios.
Ali ficam o Museu de Arte Moderna (entrada gratuita aos domingos) e o Museu Afro Brasil Emanuel Araújo (com entrada grátis às quartas-feiras) —este com acervo de 8.000 obras em suportes como escultura, fotografia e objetos etnográficos, de artistas brasileiros e estrangeiros.
Depois do parque, vá até o Sesc Avenida Paulista, na famosa avenida homônima. Ali, o visitante pode subir até o 17º andar para conhecer a vista do mirante, que dá para a avenida. Também há uma cafeteria e uma horta. A visitação é de terça a domingo, com ingressos gratuitos. Aproveite para checar peças e exposições que rolam.
Para o almoço, uma opção é o Halim, restaurante árabe inaugurado em 1973 e que guarda as memórias no grande salão meio escondido atrás do balcão.
Quem gosta de comida japonesa e topa gastar um pouco mais pode conhecer a unidade do Aizomê do centro cultural Japan House. Ali há um café e exposições temporárias e gratuitas.
Também dá para tomar um chá na Casa das Rosas, casarão dos anos 1930 de estilo francês, reinaugurado em 2004 como o Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. A casa e seu museu passaram por uma reforma e foram reabertos para a visitação em outubro de 2023.
Rumo ao outro extremo da avenida Paulista, caminhe até a estação Trianon-Masp, um trajeto de 20 minutos que cruza livrarias, pastelarias, shoppings e camelôs.
Por ali, você verá o Masp, museu e cartão postal da cidade que abriga obras dos mais variados períodos históricos europeu, africano, asiático e das Américas. Fique atento: crianças de até 10 anos não pagam, e às terças-feiras e, na primeira quinta-feira do mês, a entrada é gratuita.
Atravessando a avenida fica o Parque Trianon, com vegetação remanescente da mata atlântica, onde dá para sentar, tomar uma água de coco e dar uma descansada.
Para encerrar o dia, caminhe até a rua Augusta, que durante o dia abriga comércio e, durante a noite, recebe o público eclético de seus bares e baladas.
Para comer, o bar de culinária espanhola Sancho Bar y Tapas tem iguarias como as tapas de jamón e pollo (R$ 16) e drinques como a sangria (R$ 47). O Athenas fica próximo dali, com opções típicas gregas como a moussaká (R$ 49) ou brasileiras. Quem prefere food trucks pode conhecer o Calçadão Urbanoide, que além de comidinhas diversas servem chopes gelados artesanais.
Dia 3
No último dia em São Paulo, vale conhecer as atrações dos bairros mais distantes do centro. A zona oeste abrange um dos bairros mais badalados, a Vila Madalena. Ele é conhecido por sua boemia e pela vida noturna.
Durante o dia, a arte de rua no bairro é o destaque. Há o Free Walking Tour que apresenta os principais pontos turísticos. O passeio é gratuito, tem duração de três horas, e o encontro é geralmente às 10h30 da manhã aos domingos em frente à estação de metrô Fradique Coutinho. As vagas são limitadas, e podem ser reservadas pelo site. A caminhada passa por pontos como os famosos grafites do Beco do Batman, a escadaria do Patápio e o largo da Batata.
Para o almoço, o restaurante Pai do Beco serve ótimas opções, além de drinques. Também dá para ouvir um bom samba ao redor do estabelecimento. Na travessa, é possível encontrar food trucks com petiscos e porções locais, com culinárias da Bahia e até mesmo da Colômbia. Quem gosta de artesanato de lembrança também tem opções de artesãos vendendo sua produção pelas ruas.
No início da avenida Faria Lima há atrações interessantes. O Instituto Tomie Ohtake é uma delas, abrigando muitas exposições gratuitas.
Os chocólatras também podem visitar a loja-conceito da Dengo, a Fábrica de Dengo. Ali, além de conhecer e experimentar os produtos da marca, dá para montar seu próprio chocolate e tomar um café na cafeteria. No primeiro andar ainda fica o restaurante Cabruca, de cozinha contemporânea.
No fim do dia, o visitante que quer relaxar pode aproveitar a vista da praça do Pôr do Sol, que fica a 20 minutos de caminhada do metrô Cidade Universitária – Linha 4 Amarela. Ali mesmo na vila, dá para aproveitar sambas queridinhos dos paulistanos, como o Ó do Borogodó, fundado em 2001. Ele abre de quarta a domingo, com programação variada.
Deixe um comentário