O café do futuro será será mais sustentável e sem excesso de regras que são impostas pelos profissionais do setor, segundo Aline Codo, cafeicultora e sócia da 15 Coffee Company, cafeteria de Sorocaba.
De família que está na quarta geração de cafeicultores, em Coqueiral, no Sul de Minas Gerais, ela diz que o setor deve remunerar de forma justa os agricultores e lemnra que 80% dos cafeicultores brasileiros são donos de pequenas propriedades.
Esta é a seção “Um Café e Dois Dedos de Prosa”, na qual toda semana alguma personalidade –seja especialista ou mera apreciadora– responde cinco perguntas sobre a bebida.
Confira abaixo a entrevista com Codo. Aliás, se você, leitor, pudesse indicar qualquer personalidade para participar desta seção, quem gostaria de ver por aqui?
Um café e dois dedos de prosa com… Aline Codo
1. Se tivesse que escolher um café para tomar pelo resto da vida, como seria?
Eu jamais iria responder que seria um café limpo, de um processo de pós colheita específico, de uma tal cultivar, de um país de origem ou alguma característica técnica em relação à bebida.
O café que quero tomar o resto da vida é aquele que remunera de forma justa o produtor, que fomenta o desenvolvimento socioeconômico da localidade no qual é produzido. 80% dos cafeicultores brasileiros são pequenos.
Eu, como quarta geração de produtores de café e enfrentando o cotidiano desafiador vigente da roça, não dá para eu vislumbrar outro tipo de café na minha xícara.
2. O que não pode faltar na sua pausa para o café?
Eu gosto que a pausa para o café seja acompanhada por uma dose de silêncio. Nem que seja por poucos minutos, pela manhã, pensando na vida e olhando pro nada.
3. Qual sua cafeteria preferida no mundo?
Ah, a minha, 15 Coffee Company, em Sorocaba. Trabalhamos muito para o desenvolvimento da cena de cafés de especialidade local.
Sou muito privilegiada em poder acompanhar o caminho do café da roça até as xícaras e contribuir para a mudança de um hábito de consumo que afeta diretamente a vida de famílias produtoras.
4. O café do futuro será…
Muito mais sustentável ambientalmente e para toda a cadeia produtiva e sem excesso de regras que são impostas pelos profissionais do café. Assim espero.
5. Se pudesse escolher qualquer pessoa, com quem gostaria de tomar um café e ter dois dedos de prosa?
Com Erna Knutsen, criadora do termo “café de especialidade”, em 1974. Ela foi uma das primeiras mulheres a trabalhar com exportação de café verde no mundo.
A distinção da categoria, café de especialidade, tem impacto econômico e social grande nas origens. Pois além de gerar melhor remuneração aos produtores, promove protagonismo das mulheres e jovens no campo, antes escondidos por detrás dos grandes volumes das commodities.
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