A junta militar que controla Burkina Fasso anunciou nesta sexta-feira (6) a destituição do primeiro-ministro, Apollinaire Tambela, e a dissolução do Parlamento do país.
Em decreto, os militares não explicam os motivos para as medidas. Tambela foi nomeado premiê interino logo após o capitão Ibrahim Traoré tomar o poder, em setembro de 2022. Segundo o texto, os integrantes do governo dissolvido continuarão trabalhando até que um novo gabinete seja formado.
Os militares da Burkina tem lutado contra insurgentes islâmicos, alguns ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico, desde que eles se espalharam para o território do país a partir do vizinho Mali, há quase uma década.
Traoré prometeu agir com mais firmeza do que seus antecessores quando assumiu o comando, em 2022, mas a situação de segurança se deteriorou ainda mais sob seu regime, que também reprimiu a dissidência, de acordo com analistas, grupos de direitos humanos e trabalhadores humanitários.
O capitão assumiu o poder após um golpe que derrubou o militar que, por sua vez, havia feito outro golpe, em uma espiral que aumentou a instabilidade política da nação do Sahel, região marcada por violência envolvendo movimentos jihadistas.
Em janeiro daquele ano, o país assistiu à deposição do presidente Roch Kaboré por um golpe militar. Em seu lugar, assumiu o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, figura até então pouco conhecida, mas com experiência no combate ao terrorismo.
Traoré disse ter comandado um movimento para depor Damiba devido ao que descreveu como incapacidade de lidar com o agravamento da insurgência terrorista.
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