O ano de 2024 chega ao fim com o café batendo recorde de preço e endividando exportadores. Mas boa parte dessa alta ainda não chegou ao consumidor final, o que indica que 2025 será de preços ainda mais amargos para o brasileiro.
Na semana passada, o café alcançou marcas históricas. Na Bolsa de Nova York, a cotação chegou ao valor mais alto em décadas.
O mercado está preocupado com a próxima safra, que deve ser menor do que o inicialmente esperado após as principais regiões produtoras enfrentarem adversidades climáticas –no Brasil, sobretudo secas prolongadas.
Enquanto isso, os exportadores –que compram dos fazendeiros e vendem para vários países– têm dificuldade para honrar seus compromissos diante da alta recorde e da valorização do dólar.
O Grupo Montesanto Tavares –um dos maiores do Brasil, responsável por cerca de 8% das exportações do país– pediu mais tempo para negociar suas dívidas com credores. A Atlântica Coffees e a Cafebras, que pertencem ao grupo, acumulam quase R$ 1,5 bilhão em dívidas e estão à beira da recuperação judicial.
- A propósito, você sabe a diferença entre café arábica e canéfora (conilon e robusta)? Entenda na galeria de imagens abaixo:
Para o consumidor final, o pior está por vir, pois a indústria ainda está absorvendo parte dessa disparada. Sim, é verdade que o café no supermercado já aumentou muito de preço ao longo do ano. Mas isso é apenas parte da alta da matéria-prima.
No campo, o grão aumentou bem mais do que já foi repassado ao consumidor. Mas, como não há perspectiva de redução nos preços, as principais fabricantes devem continuar aumentando os preços na gôndola para equilibrar as contas.
Portanto, 2025 promete ser um ano complicado para o café. As primeiras projeções apontam para uma safra menor do que o inicialmente esperado, o que deve continuar pressionando os preços.
Diante de um cenário de preços já em alta e de repasses ainda em curso, essa projeção indica que o café deve continuar onerando o orçamento do consumidor ao longo de 2025.
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