Lar Últimas Sonia Guajajara ganha principal prêmio ambiental da ONU – 10/12/2024 – Ambiente
Últimas

Sonia Guajajara ganha principal prêmio ambiental da ONU – 10/12/2024 – Ambiente


A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, é umas das vencedoras do prêmio Campeões da Terra, maior honraria ambiental da ONU (Organização das Nações Unidas), neste ano.

A láurea, anunciada nesta terça-feira (10) pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), tem o objetivo de homenagear indivíduos e organizações cujas ações têm um impacto transformador no meio ambiente.

Em 2024, foram premiadas “pessoas e organizações que estão trabalhando em soluções inovadoras e sustentáveis para restaurar terras, aumentar a resiliência à seca e combater a desertificação”.

Sonia Guajajara, 50, venceu na categoria “liderança política”. Na apresentação do resultado, a organização enfatizou seu envolvimento na defesa dos direitos indígenas há mais de duas décadas.

“Guajajara se tornou a primeira ministra dos Povos Indígenas do Brasil e a primeira ministra indígena do país em 2023. Sob sua liderança, dez territórios indígenas foram demarcados, afastando o desmatamento, a extração ilegal de madeira e o tráfico de drogas”, afirmou o Pnuma, em nota.

A ministra afirmou que sua vitória “reforça a responsabilidade e o compromisso de seguirmos defendendo [o meio ambiente] e conscientizando as pessoas sobre a urgência de protegermos a biodiversidade do nosso planeta”.

Enfatizando que o mundo vive um momento desafiador em várias dimensões, inclusive no ponto de vista social, ambiental e político, ela reforçou o papel dos povos indígenas nos esforços de conservação da natureza.

“A sociedade pode aprender muito com o bem-viver indígena. Nossos modos de vida são baseados no respeito à mãe Terra, no respeito à natureza e a todos os seres que partilham esse tempo e espaço conosco, seres humanos, na prevalência dos interesses coletivos em relação aos interesses individuais”, afirmou.

“A valorização da luta e do conhecimento ancestral dos povos indígenas pela manutenção da floresta em pé é essencial para conseguirmos mudar esse cenário”, completou a ministra.

Nascida na Terra Indígena Arariboia, no Maranhão, Sonia Guajajara se mudou ainda na infância para Imperatriz. Formada em letras, ela foi, em 2018, candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos pelo PSOL. Em 2022, foi eleita deputada federal por São Paulo pelo mesmo partido.

Também em 2022, a revista Time escolheu Guajajara como uma das cem pessoas mais influentes do mundo.

Concedido anualmente desde 2005, o prêmio Campeões da Terra já teve 122 laureados “por sua liderança ambiental excepcional e inspiradora”.

Na categoria liderança política, outras duas brasileiras já haviam sido agraciadas. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ganhou em 2007, durante sua primeira passagem pela chefia da pasta.

Em 2013, foi a vez de Izabella Teixeira, que também ocupava então o posto de ministra do Meio Ambiente.

Além de Sonia Guajajara, o Pnuma premiou outras cinco pessoas neste ano.

Amy Bowers Cordalis, defensora dos direitos indígenas que “usa sua experiência jurídica e paixão pela restauração para garantir um futuro melhor para a tribo Yurok e o rio Klamath nos Estados Unidos” foi homenageada na categoria “inspiração e ação”.

O defensor ambiental romeno Gabriel Paun, que já recebeu ameaças de mortes e foi agredido por expor a devastação na floresta mais antiga da Europa, foi contemplado na mesma categoria. Ele é fundador da organização não governamental Agent Green, “que tem ajudado a salvar milhares de hectares de preciosa biodiversidade na cordilheira dos Cárpatos desde 2009”.

O cientista chinês Lu Qi, que trabalhou por três décadas “ajudando a China a reverter a degradação e encolher seus desertos” foi o vencedor em ciência e inovação.

Na categoria “conquista de uma vida”, o prêmio foi para o ecologista indiano Madhav Gadgil, cujo trabalho “influenciou muito a opinião pública e as políticas oficiais sobre a proteção dos recursos naturais”.

Na categoria “visão empreendedora”, a homenageada foi a iniciativa de agricultura sustentável SEKEM, que ajuda mais de 40 mil agricultores no Egito a fazerem uma transição para uma agricultura mais sustentável.

“Sua promoção da agricultura biodinâmica, além do trabalho de florestamento e reflorestamento, tem transformado grandes áreas de deserto em prósperos negócios agrícolas, promovendo o desenvolvimento sustentável em todo o país”, destacou o Pnuma. 




Source link

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Últimas

800 mil aposentadorias por invalidez passarão por pente-fino em 2025

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Previdência Social irão...

Últimas

Investimentos privados somam R$ 372 bilhões até 2029

O estudo Livro Azul da Infraestrutura 2024, realizado pela Associação Brasileira da...

Últimas

Saiba as regras para se aposentar em 2025

As mudanças trazidas em 2019 pela reforma da Previdência preveem um aumento...

Últimas

Receita vai monitorar cartão de crédito e Pix acima de R$ 5 mil

No dia 1.º, entrou em vigor uma instrução normativa da Receita Federal...