Já viu quanta coisa existe para presentear quem ama vinho? Além de todas as garrafas, claro, tem tanto acessório, tanto gadget tecnológico, que dá até confusão mental.
A começar pelos saca-rolhas, há os elétricos, caros e gigantes; o clássico homenzinho que abre os braços; o coelho gigantesco; o de haste giratória; o minimalista que praticamente é só uma espiral. Sugiro esquecer tudo isso e focar em dois: o de dupla etapa (ou amigo do sommelier), o mais simples e barato (a partir de R$ 19 na internet) e que lembra um canivete, mas que é supereficiente; e o de lâminas, conhecido como Durand. Se usado corretamente, resgata as rolhas mais quebráveis de qualquer gargalo, indicado então para presentear que curtem vinhos antigos.
Um decanter é um bom presente. Esse instrumento, que costuma vir no formato de uma espécie de jarra com a base bem larga e o pescoço longo, tem duas funções primordiais: separar eventuais sedimentos de vinhos mais antigos, ou seja, decantar; e oxigenar o líquido para que ele “abra” suas notas olfativas, isto é, aerar. É verdade que tanto uma coisa quanto outra pode ser resolvida com uma jarra comum, mas o enófilo de carteirinha vai amar ter um decanter mais tchans e fazer um charme ao servir. A vantagem é que, com a base mais larga, há mais espaço para o vinho circular. Com o pescoço longo, ele pode segurar firme e golpear em círculos para fazer o líquido girar. A mise en scene está feita!
Taça é sempre útil porque elas quebram e fatalmente vêm a faltar, mas já falei disso por aqui. Resumindo para quem perdeu: fuja das pequenas, coloridas, em formato de V e de bordas largas. Em termos de material, o cristal da Boêmia costuma apresentar bom custo-benefício.
Para bons anfitriões, que recebem bastante gente em casa, marcadores de taças são uma ideia interessante. Já vi argolas, fitinhas, borboletas e gatinhos coloridos que são acoplados às hastes. Outra ideia são as canetas que marcam vidro, um presente bem em conta (R$ 10 em diante), mas ainda atencioso.
Obcecada pela temperatura das coisas, amo baldes e especialmente aquelas sacolinhas de plástico que funcionam como minicooler para uma garrafa apenas. São portáteis, precisam de menos gelo e vão até a praia. Tem ainda umas roupinhas para a garrafa —também chamadas de sleeve, mantas e capa— recheadas com gel, que você guarda no freezer até que abra a garrafa. Agora no verão vão salvar a vida.
Para quem quer guardar o vinho depois de beber, o céu é o limite. Quer dizer, o Coravin é o limite, aquele instrumento que insere uma agulha na rolha, retira o líquido e injeta argônio, um gás inerte, para conservar a bebida por mais tempo, fechadinha, como saiu da vinícola. É caro para chuchu, então os mortais podem considerar um VacuVin, que custa uma casa decimal a menos e pode quebrar o galho. A ideia dele é retirar o ar ao tampar a garrafa. Um jeito grátis de resolver esse BO é transferir o líquido para um recipiente menor com tampa, assim há menos superfície de contato e menos oxigênio para estragar sua alegria. Mas aí não tem presente, né?
Agora, se você quer agradar mesmo, o presente perfeito para quem ama vinho é… um vinho. Só seja cuidadoso para a pessoa não achar que você está colaborando com a birita da festa. Embalar num belo papel ou sacolinha com fita dá o recado.
Vai uma taça?
Para presentear um bebedor moderno, um achado é o rosé Insaciable Rioja Garnacha 2023 (R$ 79 na Wine.com.br). O branco Adega de Monção Vinho Verde (R$ 59 na Santa Luzia) é uma delícia para quem gosta de beber levinho. Já para um bebedor mais clássico, sugiro o siciliano Tornicola Nero d’Avola (R$ 108 na Belle Cave), com muita fruta e um toque de baunilha, e o Dogliani DOCG San Luigi (R$ 149 na Tanyno), um dolcetto elegante e de textura fina.
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