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Dólar bate recorde com risco fiscal e maior intervenção do BC



O dólar comercial terminou o pregão desta segunda-feira (16) em alta de 0,99%, cotado a R$ 6,094 na venda, renovando o recorde de maior valor nominal da história. Na máxima do dia, a moeda americana atingiu R$ 6,098 e na mínima, R$ 6,025. O Banco Central fez duas intervenções para tentar conter a escalada.

Após a abertura do mercado, um leilão à vista de US$ 1,6 bilhão foi vendido a R$ 6,04. Mais tarde, o lote de US$ 3 bilhões foi vendido em um leilão de linha, com o compromisso de recompra. Esta foi a maior intervenção do BC desde as primeiras semanas da pandemia de Covid-19, em 2020.

A reação do mercado ao pacote de corte de gastos do governo federal, apresentado em 27 de novembro, vem mantendo o dólar próximo ou na casa dos R$ 6. A medida, que incluiu a ampliação da isenção do Imposto de Renda, foi recebida com desconfiança e considerada “tímida” diante da necessidade de equilibrar as contas públicas.

A contrariedade do mercado também pressionou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que aumentou a taxa básica de juros da economia em 1 ponto percentual. Com isso, a Selic passou de 11,25% para 12,25% ao ano.

O colegiado alertou que altas da mesma magnitude devem ocorrer nas duas próximas reuniões. Para o Copom, a recepção negativa contribui “para uma dinâmica inflacionária mais adversa”.

“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, diz o comunicado do BC divulgado no último dia 11.

O governo corre para aprovar o pacote fiscal antes do recesso que começa nesta sexta (20). A tramitação das propostas foi travada em meio a insatisfação do Congresso com as regras mais rígidas para o pagamento de emendas determinadas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).

BC fez outras intervenções para baixar o dólar

Na quinta-feira (12), a instituição vendeu um total de US$ 4 bilhões em dois leilões de linha, com o compromisso de comprar de volta uma parte em fevereiro e outra em abril.

Um dia depois, o Banco Central fez um leilão à vista surpresa, sem compromisso de recompra, ofertando US$ 1 bilhão, mas o valor vendido foi de US$ 845 milhões.



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