sexta-feira , 27 dezembro 2024
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Otan prevê dificuldades de defesa se aliados não investirem mais



O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, advertiu nesta quarta-feira (18) que a aliança poderia enfrentar “dificuldades” para garantir a defesa coletiva “em quatro ou cinco anos” se os aliados não acelerarem os investimentos e aumentarem as metas de gastos militares, dado o ritmo de avanço de Rússia e China.

“Toda essa noção de que a Otan nos mantém seguros sempre me agradou. Eu ainda gosto dela. Ela ainda está lá, mas em quatro ou cinco anos, se não agirmos agora, nos próximos meses, poderá haver dificuldades”, afirmou Rutte em entrevista coletiva de imprensa após se reunir com o presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda.

O político holandês afirmou que, “por enquanto, estamos seguros”, que a aliança “pode se defender” e “qualquer um que nos atacar enfrentará o ataque total da Otan, revidando e garantindo que quem tentar nos atacar nunca mais nos atacará”.

“Mas não tenho tanta certeza de que, daqui a quatro ou cinco anos, quando olharmos para a enorme produção de defesa que está ocorrendo na Rússia, na China (…), se mantivermos o compromisso de 2%, estaremos seguros”, afirmou, se referindo à meta mínima de porcentagem do PIB que cada aliado deve dedicar aos gastos militares.  

“Agora, com certeza, e não há dúvida quanto a isso. Mas, em quatro ou cinco anos, poderemos estar em grande dificuldade, e é por isso que precisamos fazer duas coisas agora”, acrescentou Rutte.

Primeiro, ele disse que os aliados precisam começar a “gastar mais rapidamente” e “discutir qual será exatamente esse nível”, algo que disse que farão nos próximos meses.

Espera-se que uma nova meta de gastos com defesa seja definida na próxima reunião de cúpula dos líderes da aliança em Haia, em junho do próximo ano.

Em segundo lugar, Rutte afirmou que os países da Otan “precisam absolutamente aumentar a produção de defesa”.

Nauseda declarou que na Cúpula da Otan em Haia deve-se renovar o espírito de unidade, determinação e força transatlânticas e que “3% do PIB para a defesa deve se tornar uma nova linha de base ou piso” para os gastos.

“Atualmente, o orçamento de defesa da Lituânia representa 3,2% do PIB. Nosso novo governo se comprometeu a aumentar seus gastos com defesa nacional para 3,5%, o que será considerado um mínimo”, exemplificou.

Além disso, Rutte falou do jantar que organizou hoje com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, bem como com os presidentes de Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Conselho Europeu, António Costa, e líderes de vários países aliados, que participarão de uma cúpula da União Europeia amanhã.

“Será discutido como garantir que possamos fazer tudo o que pudermos para colocá-los [Ucrânia] em uma posição de força para o dia em que decidirem iniciar conversas com os russos sobre como pôr fim a tudo isso”, disse.

Segundo Rutte, eles também discutirão o que os aliados podem fazer para fornecer à Ucrânia mais defesas aéreas e armas, já que o país solicitou até 19 sistemas antiaéreos para proteger a infraestrutura de energia crítica dos ataques russos.

Rutte afirmou que também será discutido como apoiar a economia ucraniana, e é por isso que os funcionários de Comissão Europeia e Conselho estarão presentes no jantar.

Ele enfatizou que os aliados devem agora se concentrar em garantir que a Ucrânia chegue em uma posição de força em qualquer negociação de paz com Moscou.



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