A Nissan Motor e a Honda Motor iniciaram nesta segunda-feira (23) negociações de fusão que devem ser concluídas em junho de 2025, com a abertura do capital da holding em agosto de 2026, conforme anunciado pelas duas montadoras japonesas durante uma entrevista coletiva conjunta em Tóquio.
As conversas visam o nascimento da terceira maior montadora do mundo em volume de vendas, atrás da também japonesa Toyota Motor e da alemã Volkswagen AG.
As empresas assinaram nesta segunda um memorando de entendimento delineando seus próximos passos e buscando “combinar seus pontos fortes e reduzir seus pontos fracos”, disse o presidente e CEO da Nissan, Makoto Uchida, na coletiva.
A Mitsubishi Motors, na qual a Nissan detém 34%, também está considerando um papel na nova união e disse que dará sua resposta até o final de janeiro, de acordo com seu presidente, Takao Kato.
Toshihiro Mibe, presidente da Honda, destacou o ambiente complexo enfrentado pela indústria automotiva e enfatizou a necessidade de melhorar a cadeia de valor e incorporar novas tecnologias, como a eletrificação e os veículos inteligentes.
De acordo com ele, as sinergias da nova empresa podem gerar um lucro operacional de 1 trilhão de ienes (US$ 6,24 bilhões), com uma meta de 3 trilhões de ienes (US$ 18,71 bilhões) no futuro.
“Essa é uma transformação única em um século que está mudando o cenário automobilístico. Do ponto de vista da mobilidade, o valor mudará e mudará rapidamente. Até 2030, precisaremos ter as armas certas para sermos competitivos”, disse Mibe.
O presidente da Honda acredita que a integração das empresas é a única maneira de se manter competitivo em relação às novas empresas iniciantes, especialmente na China. “Se houver integração, teremos mais liberdade para escolher a melhor estratégia”, concluiu.
Já de acordo com Uchida, iniciar as conversas agora ajudará a combinar a força de ambas as empresas, o que resultará em maior competitividade.
Em março, a Nissan revelou que estava em negociações com a Honda sobre uma possível aliança na produção de componentes e software para veículos elétricos, com o objetivo de reduzir custos e aumentar sua competitividade à medida que o mercado se expande.
Em agosto, a Mitsubishi Motors também se juntou às conversas para uma possível aliança.
As informações sobre a possível fusão que deixaria a indústria automobilística japonesa dividida em dois grandes grupos – a nova joint venture e a criada pela Toyota – surgem depois que a gigante taiwanesa de produtos eletrônicos Hon Hai Precision Industry – que atua sob o nome Foxconn – supostamente manifestou interesse em adquirir parte da Nissan.
A empresa sediada em Yokohama teria acelerado seus contatos com a Honda com o objetivo de evitar uma oferta de aquisição por parte da empresa taiwanesa, que está interessada em sua capacidade de desenvolvimento de veículos elétricos e em sua tecnologia de fabricação.
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