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Com Lula, fim de ano tem picanha mais cara dos últimos 18 anos



O preço do quilo da picanha atingiu marca recorde neste fim de ano no estado de São Paulo e a carne está mais cara do que nos últimos 18 anos, em média. O dado consta em um levantamento feito pelo Instituto de Economia Agrícola do governo paulista realizado a pedido do Poder360.

De acordo com o levantamento divulgado na terça-feira (24), o preço médio para um quilo de picanha estava a R$ 77,44 em novembro, dado mais recente disponível. O valor é R$ 9,77 mais caro que o preço da carne no fim do ano passado, quando o corte era comercializado a R$ 67,67.

Neste fim de ano, a picanha só não está mais cara do que os preços da carne registrados em 2021 (R$ 85,9), na fase mais aguda da crise sanitária causada pelo vírus da Covid-19, e no fim de 2022 (R$ 81,1), ao considerar os últimos 18 anos com valores corrigidos pela inflação.

Entre os fatores que forçaram o aumento no preço da carne este ano está a alta recorde do dólar. As condições climáticas, a redução do abate de vacas e a recomposição da renda do brasileiro também influenciaram no preço da picanha.

O barateamento do corte para tornar a picanha mais acessível aos mais pobres está entre as promessas de campanha do presidente Lula (PT).

Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, durante a campanha eleitoral, em 2022, Lula disse que “esse país tem que voltar a crescer, tem que voltar a ser feliz”.

“O povo tem que voltar a comer um churrasquinho, a comer picanha e tomar uma cervejinha”, afirmou o petista na ocasião.

Preço está alto apesar de produção recorde

Conforme reportagem da Gazeta do Povo, nem mesmo as pastagens debilitadas pela prolongada seca deste ano frearam a produção nacional, que deve chegar a 10,2 milhões de toneladas, um recorde na série histórica. A produção atende a demanda de outros países e do mercado interno.

A mudança no ciclo pecuário, associada aos efeitos da estiagem, foi citada na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) como fator para deterioração do cenário de inflação de curto prazo, e para justificar a elevação da taxa Selic em 1 ponto percentual, de 11,25% para 12,25% ao ano. 

A questão também foi citada no Relatório Trimestral de Inflação, publicado na quinta-feira (19) pelo Banco Central.

“A principal surpresa ocorreu em alimentação no domicílio, devido às fortes elevações do preço da carne bovina. Embora já se esperasse que o ciclo do boi fosse reduzir a oferta de animais para o abate, a evolução dos preços ocorreu mais cedo e foi mais intensa do que o antecipado”, diz o documento.



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