Os Estados Unidos condenaram nesta quinta-feira (10) a campanha de intimidação promovida pelo regime de Nicolás Maduro contra a oposição venezuelana. A condenação ocorreu no mesmo dia em que a ditadura realizou a detenção e posterior libertação da líder opositora María Corina Machado.
Segundo opositores, a prisão de Machado aconteceu durante uma manifestação em Caracas, na véspera da posse presidencial marcada para esta sexta-feira (10), onde Maduro afirma que assumirá o Executivo para um terceiro mandato consecutivo.
Em declaração à Agência EFE, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca afirmou que o governo norte-americano está acompanhando de perto os acontecimentos.
“Estamos seguindo muito de perto a informação pública sobre a prisão da líder opositora María Corina Machado por parte de Maduro e seus representantes”, afirmou o porta-voz, ressaltando que tais ações fazem parte de “uma campanha de intimidação contra a oposição democrática de Venezuela”.
Além de repudiar as detenções e a repressão, o representante dos Estados Unidos reiterou o posicionamento norte-americano sobre a legitimidade das últimas eleições venezuelanas.
“Condenamos tais detenções, repressão e intimidação, que não podem ocultar o fato de que Edmundo González Urrutia é o verdadeiro vencedor das eleições de 28 de julho”, declarou o porta-voz.
Boric denuncia regime de Maduro
Na América do Sul, o presidente do Chile, Gabriel Boric, também criticou duramente a situação na Venezuela. Em discurso realizado na cidade de Concepción, Boric foi enfático ao classificar o regime de Maduro como uma ditadura.
“Me informaram que, na Venezuela, há situações muito críticas antes do que será a posse de amanhã […] Tenho uma certeza: na Venezuela, hoje, estão perseguindo aqueles que se opõem ao governo”, declarou Boric. “Na Venezuela, hoje em dia, não há liberdade. E preciso dizer isso de forma muito clara e muito explícita, para que não reste qualquer dúvida. Por isso, como governo chileno, retiramos nossa representação diplomática na Venezuela.”
O Chile anunciou nesta semana a retirada definitiva de sua representação diplomática em Caracas, em protesto contra a legitimidade das eleições presidenciais de julho de 2024.
O presidente chileno acrescentou que seu governo não reconhece o resultado das eleições venezuelanas, que foram fraudadas por Maduro.
“Não reconhecemos a fraude eleitoral que perpetuou o governo de Maduro, que até hoje continua perseguindo organizações de direitos humanos e qualquer um que discorde dele”, afirmou.
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