O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a afirmar nesta segunda (13) que a crise financeira de 2008, que levou à falência de grandes empresas e provocou a recessão em diversos países, foi uma “marolinha” no Brasil graças à ajuda dos bancos públicos do governo, entre eles a Caixa Econômica Federal.
A afirmação foi feita durante uma cerimônia de comemoração aos 164 anos do banco em que o presidente participou por videoconferência. Lula já voltou a despachar no Palácio do Planalto, mas segue se recuperando da cirurgia intracraniana a que foi submetido no final do ano passado.
“Lembro que sem a Caixa e os demais bancos públicos nós não teríamos transformado numa simples marolinha o tsunami da crise financeira que varreu o mundo em 2008”, disse no discurso lido.
Na época, a crise financeira também provocou estragos no Brasil, com o aumento da cotação do dólar (de R$ 1,60 para R$ 2,40 em seis meses) e a queda do valor das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo – na época ainda chamada de Bovespa. Naquele ano, o principal índice despencou 4%, o maior desde a década de 1970.
Também houve redução de crédito no Brasil com a saída de investimentos estrangeiros para cobrir prejuízos com a crise e aumento da inadimplência, passando de 7% para 8,5% segundo a Serasa Experian. Para tentar contornar, o governo concedeu uma série de estímulos, como redução de impostos e redução dos juros reais.
No ano seguinte, a economia se recuperou e reverteu parte das perdas decorrentes da crise.
Ainda durante o discurso, Lula defendeu a atuação da Caixa – que já chegou a ser alvo de sugestões de privatização – como responsável pela bancarização principalmente da população de menor renda, e pela gerência de programas do governo, como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, a operação do Novo PAC, loterias, entre outros.
Um pouco antes, o presidente da Caixa, Carlos Antônio Vieira Fernandes, afirmou que o banco é o único que não está fechando agências, ao contrário das instituições privadas, mas racionalizando a atuação daquelas com unidades próximas.
“Estamos transformando as agências aonde a gente tem aglomerado, cito simbolicamente a Avenida Paulista, estamos reduzindo lá, mas estamos levando para os extremos desse país onde não tem agência. Com isso, a gente mantém e aumenta”, afirmou sem dar mais detalhes.
Lula ainda fez uma saudação aos mais de 80 mil trabalhadores da Caixa que, diz, atendem 153 milhões de clientes, e que eles podem dormir com “consciência limpa” por terem ajudado o povo brasileiro.
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