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Quem é o filho de chineses que quer ajudar os EUA com IA



A Inteligência Artificial (IA) é uma das principais frentes na guerra geopolítica entre Estados Unidos e China, e nessa disputa os americanos têm ao seu lado um “soldado” com origens no adversário.

Alexandr Wang, de 28 anos, divulgou em janeiro dois comunicados direcionados ao recém-empossado presidente Donald Trump, para manifestar que pretende ajudar os Estados Unidos a vencer os chineses na corrida da IA.

Ele publicou um anúncio de página inteira no jornal The Washington Post com a mensagem: “Caro presidente Trump, os Estados Unidos precisam vencer a guerra da IA”.

No mesmo dia (21 de janeiro, dia seguinte à posse de Trump – à qual Wang compareceu: veja post no X abaixo), ele publicou no site da empresa da qual é cofundador e CEO, a Scale AI, uma carta ao republicano, na qual fez um alerta.

“O governo chinês está investindo em IA em um ritmo sem precedentes. Em 2023, os modelos de IA chineses estavam mais de um ano atrasados [em relação aos americanos], mas não é mais assim”, escreveu.

“Só de um mês para cá, vimos avanços muito poderosos nas capacidades de IA da China em relação ao nosso governo. Se os Estados Unidos permanecerem na nossa trajetória atual, corremos o risco de fracassar e ficar para trás”, disse Wang.

Para evitar essa derrota, o jovem empresário fez cinco recomendações principais a Trump. A primeira é alocar investimentos “nos lugares certos”: Wang afirmou que as principais empresas globais de tecnologia investem aproximadamente 60% em computação, 30% em dados e 10% em algoritmos, enquanto o governo americano gasta cerca de 90% dos investimentos em algoritmos, “negligenciando os outros dois pilares”.

As outras quatro recomendações feitas pelo empreendedor são criar uma força-tarefa para revisar regulamentações, de forma a garantir que a força de trabalho de IA possa permanecer e crescer nos Estados Unidos; ações para que todas as agências governamentais americanas estejam totalmente prontas para trabalhar com Inteligência Artificial até 2027; lançamento de um plano, dentro de no máximo cem dias de gestão, “para produzir a energia e eletricidade de menor custo do mundo”; e buscar “segurança sem reprimir a inovação”.

“A Casa Branca deve orientar os chefes das agências a realizar uma análise das lacunas de onde os regulamentos de IA existentes se aplicam e onde novos podem ser necessários. E o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia deve ser encarregado de desenvolver padrões e estruturas para testar e avaliar sistemas de IA”, recomendou Wang.

Nascido no estado americano do Novo México, Wang é filho de imigrantes chineses que trabalharam como físicos no Laboratório Nacional de Los Alamos, “berço” das primeiras armas nucleares desenvolvidas pela humanidade.

Wang chegou a estudar no prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), mas abandonou os estudos com 19 anos de idade e em 2016 fundou com Lucy Guo no Vale do Silício a startup Scale AI, que fornece a outras empresas dados rotulados – dados de alta qualidade para treinamento de modelos de IA que são “extraídos” a partir de dados brutos.

Em 2021, com apenas 24 anos, se tornou o mais jovem bilionário self-made (que obteve esse feito por meio do próprio trabalho, não por ter recebido uma herança) do mundo.

Dono de 15% da Scale AI, Wang hoje tem um patrimônio estimado em US$ 2 bilhões, segundo a revista Forbes. Entre os cerca de 300 clientes da empresa, estão General Motors, OpenAI, Microsoft e Meta.

Não é de hoje que o empresário tem relações com o governo americano. Segundo o site FedScoop, especializado em notícias sobre tecnologia na administração federal dos Estados Unidos, a Scale AI obteve em 2022 um contrato de US$ 250 milhões com o Departamento de Defesa, com o objetivo de fornecer a todas as agências federais americanas acesso à sua tecnologia.

Em dezembro do ano passado, o Financial Times noticiou que duas grandes empresas de tecnologia da área de defesa, Palantir e Anduril, estão conversando com outras corporações, incluindo a Scale AI, para formar um consórcio para participar de licitações do Pentágono.

Na carta a Trump, Wang disse que sua empresa está pronta para ser uma “parceira” do novo governo americano na guerra da IA. Resta saber se esses laços serão realmente estreitados e como eles ajudarão os Estados Unidos na dura disputa com os chineses.





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