Neste domingo (23), os eleitores alemães irão às urnas para iniciar o processo de escolha de um novo chanceler para liderar o país em um momento conturbado no cenário nacional e internacional, com uma economia estagnada, crise migratória e tentativas de resolução da Guerra na Ucrânia em curso – na segunda (24), a invasão russa completa três anos.
As principais pesquisas apontam para um favoritismo do candidato de centro-direita Friedrich Merz, do partido União Democrática Cristã (CDU), com cerca de 30% de apoio. Em segundo lugar, com 21%, aparece o partido de direita nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD), de Alice Weidel, seguido do partido governista Social Democrata (SPD), do chanceler Olaf Scholz, com cerca de 16% de apoio.
As eleições federais foram antecipadas em novembro do ano passado por Scholz após a ruptura da aliança tripartite mantida com os Verdes e os Liberais. Os principais desafios do novo governo, que não será imediatamente formado, envolvem um maior controle do fluxo migratório e um fortalecimento da economia nacional.
À emissora CNN durante uma convenção do CDU, em Berlim, Merz afirmou que o controle das fronteiras e a devolução de imigrantes que entrassem no país sem documentos eram algumas de suas prioridades.
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O partido AfD também fez das políticas anti-imigração uma de suas frentes centrais de campanha. Para a candidata Alice Weidel, a crise enfrentada pela Alemanha em relação à imigração em massa precisa ser contida.
Dois ataques recentes, em dois meses, envolvendo estrangeiros também elevaram o alerta nacional. Um ocorreu em dezembro, em um mercado de Natal, e outro no último dia 13, quando um motorista de origem afegã atropelou várias pessoas em uma manifestação.
A situação econômica da Alemanha, uma das maiores economias da Europa e do mundo, também preocupa os eleitores. No ano passado, o país sofreu uma nova contração, a segunda em dois anos, com agravantes que afetam diretamente sua população, como a alta nos preços de energia desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Diferente de outros sistemas eleitorais no mundo, na Alemanha, o novo chanceler não é eleito por voto direto da população. Os alemães elegem os membros do parlamento (Bundestag), a cada quatro anos, e posteriormente é formado um novo governo.
Neste domingo (23), os eleitores devem escolher 630 membros para o Congresso alemão. Mais de 50 milhões de pessoas são esperadas nas urnas neste fim de semana.
Cada eleitor deposita dois votos nas urnas: um deles para escolher o candidato de seu distrito, pertencente ou não a um partido. A Alemanha tem 299 distritos eleitorais (um para cada 250 mil habitantes).
Já o segundo voto é na legenda – ao todo 29 partidos concorrem nas eleições deste domingo. Quanto mais votos um partido ganha, mais assentos garante no Bundestag. Para conseguir entrar no Parlamento, as siglas precisam de 5% dos votos, no mínimo.
Depois da definição do Bundestag, são formadas alianças para então ocorrer a escolha do novo chanceler, a partir das negociações entre os parlamentares.
Todos os que têm mais de 18 anos são instruídos a votar. Segundo a emissora alemã DW, os eleitores recebem pelo correio as instruções sobre seu local de votação.
Diferente do Brasil, na Alemanha o voto é facultativo e se pode votar pelo correio. Esse direito é muito usado por quem mora no exterior, por exemplo, quem estará viajando na data da eleição ou mesmo pessoas doentes que não podem comparecer presencialmente.
As seções eleitorais estarão abertas a partir das 8h deste domingo e serão fechadas às 18h, no horário local (4h e 14h no horário de Brasília).
O horário de fechamento dos centros de votação também marca o início dos resultados de boca de urna. Os primeiros números oficiais devem ser publicados na manhã da segunda-feira (24).
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