O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, exigiu neste domingo (23) “a desmilitarização completa” do sul da Síria e confirmou que suas tropas permanecerão na zona de amortecimento nas Colinas de Golã ocupadas por “um período de tempo ilimitado”, apesar de inicialmente ter dito que seria “temporário”.
“Exigimos a desmilitarização completa do sul da Síria por parte das tropas do novo regime sírio nas províncias de Quneitra, Deraa e Sueida. Não toleraremos nenhuma ameaça à comunidade drusa no sul da Síria”, disse o premiê em seu discurso durante uma cerimônia de formatura de oficiais do Exército israelense.
Após a queda do regime de Bashar al Assad em 8 de dezembro, o Exército israelense assumiu o controle da parte síria do Monte Hermon, dentro da zona desmilitarizada, uma medida que foi criticada pela comunidade internacional, que a considerou uma violação do acordo territorial entre Israel e Síria assinado em 1974.
Netanyahu também se gabou de sua gestão da guerra na Faixa de Gaza e disse que “a combinação de pressão militar com pressão política” e o trabalho do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, permitiram a libertação dos reféns nas últimas semanas.
“Agradeço ao presidente Trump por aceitar transferir armas vitais para Israel. As novas armas nos ajudarão a alcançar a vitória total. Estamos prontos para lutar novamente a qualquer momento”, advertiu.
Durante seu discurso, o líder israelense também mostrou uma foto da refém Shiri Bibas ao lado de seus dois filhos pequenos, Ariel e Kfir, cujos corpos estão em território israelense há alguns dias, depois que o grupo terrorista Hamas os entregou como parte do acordo de cessar-fogo.
“Para que sempre nos lembremos do motivo pelo qual lutamos e contra quem lutamos”, declarou.
O momento provocou gritos e vaias de alguns dos presentes na cerimônia, que censuraram Netanyahu por sua inação para levar de volta para casa Shiri e seus dois filhos, que hoje teriam dois e cinco anos.
“Todos os nossos reféns, sem exceção, retornarão para casa. O Hamas não governará Gaza novamente”, enfatizou o primeiro-ministro israelense.
O premiê israelense tem os mesmos planos para o sul do Líbano, onde disse que a presença militar israelense permanecerá até que “o Exército e o governo libaneses concluam seu trabalho”.
O acordo de trégua que Israel assinou com o grupo terrorista Hezbollah em novembro do ano passado estipulava a retirada das tropas israelenses até 18 de fevereiro, no máximo. Sobre o Irã, Netanyahu foi direto: “Não aceitaremos uma arma nuclear nas mãos do regime”.
Deixe um comentário