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Conservadores da Alemanha voltam a rechaçar AfD



Friedrich Merz, líder do bloco conservador formado pela União Democrata-Cristã e pela União Social Cristã (CDU/CSU), declarou vitória na eleição e disse que espera que as conversas sobre uma coalizão sejam definidas rapidamente.

“Meu desejo é que tenhamos terminado de formar um governo até a Páscoa, no máximo”, projetou.

Em 2021, entre a eleição e a concretização de um acordo para a formação da chamada Coalizão Semáforo, formada pelo Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, pelos Verdes e pelo Partido Democrático Livre (FDP) – parceria que entrou em colapso no ano passado, forçando novas eleições –, foram dois meses de conversas.

As pesquisas boca de urna indicaram que o CDU/CSU conquistou 29% dos votos neste domingo, enquanto o AfD teve cerca de 20% e o SPD, 16%.

Durante a campanha, Merz descartou formar um governo com o AfD e com o FDP, que, segundo a boca de urna, talvez não consiga alcançar o mínimo de 5% dos votos para ter cadeiras no Bundestag, o Parlamento da Alemanha.

Porém, o líder conservador se disse aberto a conversas com o SPD de Scholz, que deve se aposentar após esta eleição, e com os Verdes, que tiveram 12% dos votos, de acordo com a boca de urna.

Neste domingo, ele reiterou a recusa em conversar com o AfD. “Temos opiniões diferentes sobre política externa, política de segurança e a Otan. Podem nos estender a mão o quanto quiserem, mas não entraremos em uma política errada”, disse Merz em uma rodada de entrevistas que a rede de TV estatal alemã fez com os principais líderes partidários.

“Não questionarei o legado de 75 anos da CDU só por causa de uma autodenominada Alternativa para a Alemanha. Vocês querem o oposto do que nós queremos”, disparou.

A questão é que em janeiro o CDU/CSU já levantou parcialmente o chamado “firewall” contra a direita nacionalista, isto é, a recusa dos grandes partidos alemães de se aliar a legendas que consideram extremistas, prática em vigor desde a Segunda Guerra Mundial.

No mês passado, uma moção para reforçar medidas contra a imigração apresentada no Bundestag pelo CDU/CSU teve apoio do AfD, o que gerou críticas de outros partidos.

Neste domingo, a líder do AfD, Alice Weidel, disse que está aberta a conversas com outras legendas para fazer parte deste novo governo, mas indicou que já pensa no futuro.

“A próxima eleição chegará e então ultrapassaremos o CDU como o partido mais forte”, disse a líder da direita nacionalista.

O líder da ala jovem do AfD, Hannes Gnauck, disse em entrevista à emissora americana CNN depois da divulgação das pesquisas boca de urna que tem “certeza” de que o “firewall” “terminará após esta eleição”, já que seu partido vem crescendo muito – dobrou sua porcentagem de votos em relação à eleição de 2021.

“O CDU com Friedrich Merz não trabalhará com o AfD, [mas] haverá um CDU depois de Friedrich Merz, e esse CDU terá que trabalhar junto com o AfD”, justificou.

“Vemos que a próxima geração na Alemanha está votando frequentemente no AfD, porque essa geração é diretamente confrontada pelos grandes problemas da nossa sociedade: problemas de migração, dinâmicas de migração. Eles também são confrontados pela economia”, acrescentou Gnauck.



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