Lar Turismo Martha’s Vineyard e Provincetown: o que visitar – 26/02/2025 – Turismo
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Martha’s Vineyard e Provincetown: o que visitar – 26/02/2025 – Turismo


A sombra dos Kennedy se espalha por todo lado na ilha de Martha’s Vineyard, na costa do estado de Massachusetts.

Os habitantes locais sabem apontar a direção em que o monomotor pilotado por John-John, o filho caçula de JFK, se chocou contra o oceano matando os seus três tripulantes, em 1999. Ou a ponte onde, 30 anos antes, Ted Kennedy, irmão do presidente assassinado, perdeu o controle do carro e afundou num lago, no mal-explicado acidente que resultou na morte de sua provável amante.

Ou ainda o portão da fazenda com praia particular que Jackie, viúva de JFK e mãe de John-John, escolheu para se refugiar dos holofotes.

A família mais curiosa da história americana ajudou a transformar o lugar, outrora um vilarejo especializado na caça de baleias, em balneário de verão da turma do “old money”, a aristocracia ianque.

Por lá, costuma-se dizer, vige a regra não escrita de que ricos e famosos podem circular sem o assédio de fãs ou paparazzi. Assim é que, se houver sorte, dá para flagrar Barack Obama e família jantando num restaurante qualquer, a atriz Meg Ryan fazendo compras no armazém ou a cantora Carly Simon tomando sol na varanda.

Para os cinéfilos, Marta’s Vineyard é conhecida como o local escolhido por Steven Spielberg para as filmagens de “Tubarão”, em 1975. Quem optar por fazer um tour guiado de ônibus vai conhecer vários dos lugares que aparecem no filme.

Edgartown, na porta oriental da ilha, é uma boa base para conhecer os arredores. A vila, com não mais do que 5.000 habitantes, ferve nos meses quentes, quando os donos de todas aquelas luxuosas casas de veraneio as ocupam, mas fica modorrenta no resto do ano.

Suas “gingerbread houses”, de arquitetura gótica típica da região da Nova Inglaterra, foram erguidas no século 19, quando o vilarejo era um entreposto baleeiro, e hoje sediam butiques sofisticadas e pequenas galerias de arte com vitrines proibitivas espalhadas pelas ruelas. Há ali um pequeno farol branco, típico daquele pedaço da costa, embora o mais pitoresco esteja do outro lado da ilha. É o Gay Head Light, todo de tijolinhos e construído em fins do século 18, ainda operando no topo das falésias.

A pedida ali é alugar um carro para circular livremente por seus cerca de 250 km², pouco mais de dois terços da área de Ilhabela, por exemplo. Assim, dá para notar melhor as particularidades de cada uma das seis vilas que compõem Martha’s Vineyard. Chilmark e West Tisbury, por exemplo, fazem parte de seu coração agrícola, a porção de morros tomados por fazendas. Já Oak Bluffs e Tisbury têm mais cara de redutos pesqueiros, coalhados de barquinhos a vela.

Quem quiser conhecer ainda mais o litoral bucólico de Massachusetts pode voltar para o continente e ir contornando Cape Cod, a península em forma de gancho que marca a costa do estado, até chegar a Provincetown, no seu extremo.

A cidade, marcada por dunas que dão uma cara desolada ao local, recebeu autores importantes em meados do século passado. Tennessee Williams e Jack Kerouac estão entre aqueles que encontraram em suas cabanas rústicas, perdidas na areia, a solitude necessária para escrever. Essas casas ainda estão de pé, e algumas podem ser visitadas em passeios de 4×4.

Sua tradição como colônia de artistas à beira mar acabou atraindo um público bastante liberal. Conta-se que já nos anos 1940 era possível ver shows de drag queens na cidade. Na década de 1970, a cidadezinha já era conhecida no país inteiro como um refúgio gay onde rapazes podiam se refestelar sem roupa na areia.

Dá para dizer que Provincetown é uma prima de Fire Island, outro enclave homossexual da costa leste, só que mais riponga e relaxado. É hoje, aliás, a cidade americana com o maior número proporcional de casais do mesmo sexo.

Isso é nítido ao se caminhar por sua rua principal, repleta de bares e lojas com as bandeiras do arco-íris frequentadas por todos os tipos e idades de gays e lésbicas. Quando da visita da reportagem, na reta final das últimas eleições americanas, as fachadas estampavam bandeiras em apoio a Kamala Harris e vendiam toneladas de souvenires como camisetas e canecas contendo os mais inimagináveis impropérios contra Donald Trump. Quem não saísse daquela bolha dificilmente imaginaria que o republicano teria alguma chance.

O jornalista viajou a convite do Brand USA



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