Metrópole outonal, Boston é o ponto de partida obrigatório para quem deseja desbravar a região da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos. A cidade, palco de alguns dos principais acontecimentos históricos que levaram à independência americana no final do século 18, preserva traços do espírito puritano que permeou a formação do país mais poderoso do mundo.
Não à toa, até hoje vigoram por ali as chamadas “blue laws”, que proíbem certas atividades comerciais aos domingos, herança da época em que o sétimo dia da semana era devotado às preces. Até 2014, aliás, era proibido vender bebida nesse dia, o que só caiu com pressão dos torcedores do time de futebol americano New England Patriots.
Essas restrições ajudaram a consolidar a fama de Boston como uma cidade sonolenta e monótona, em oposição a locais mais hedonistas como Nova Orleans, Miami ou Los Angeles. A violência urbana também não ajudava a melhorar essa reputação, sobretudo nos anos 1970, quando a disputa entre máfias irlandesa e italiana levou a uma escalada de crimes — filmes como Os Infiltrados e Sobre Meninos e Lobos dão uma boa mostra desse lado cinzento e carrancudo.
Isso parece ter ficado um pouco no passado. Sua taxa de homicídio, por exemplo, bateu o menor patamar de sua história. E aos poucos a rigidez puritana cede espaço à boemia. Houve ainda transformações urbanas: um gigantesco elevado central foi demolido para dar lugar ao parque linear Rose Kennedy Greenway, e toda a região portuária, outrora degradada, agora abriga bares e restaurantes descolados.
É por ali que fica o Instituto de Arte Contemporânea de Boston, prédio envidraçado construído pelo escritório de arquitetura Diller Scofidio + Renfro que avança sobre o píer. Sua coleção permanente abarca obras de Louise Bourgeois, Nan Goldin e Cindy Sherman, além de sediar um bom número de exposições temporárias. Os ingressos custam US$ 20 (R$ 114).
Com uma proposta radicalmente distinta, o Museu Isabella Stewart Gardner é outro que vale a visita. Trata-se de uma coleção privada montada pela filantropa homônima em 1903 com foco em tapeçarias, esculturas e pinturas que perpassam dos séculos 14 ao 19. O edifício, com janelas em estilo veneziano, circunda um pátio mourisco coberto por uma redoma de vidro. Entradas saem por US$ 22 (R$ 125).
Se a proposta é enveredar pela história, com toda a carga patriótica que acompanha o passeio, é possível pagar US$ 17 (R$ 97) para um dos walking tours da Freedom Trail. O guia, fantasiado de revolucionário, narra importantes momentos da guerra de independência enquanto cruza lugares como o Boston Common, o agradável parque central da cidade.
A poucos quarteirões dali, chega-se ao North End, região que por anos foi o epicentro da comunidade italiana e hoje tem cantinas e docerias um tanto mais autênticas do que aquelas que se encontram na Little Italy de Manhattan.
Do outro lado da ponte está Cambridge, cidade universitária que reúne os campi tanto de Harvard quanto do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. Na primeira delas, é possível contratar um tour guiado por algum dos alunos e ter uma visão de infiltrado sobre as tradições da mais famosa instituição de ensino dos Estados Unidos.
O jornalista viajou a convite do Brand USA
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