A chamada “taxa de desocupação” do Brasil chegou a 6,5% no trimestre encerrado em janeiro de acordo com dados da PNAD Contínua divulgados pelo IBGE nesta quinta (27). Isso significa que 7,2 milhões de pessoas estão desempregadas, uma alta de 0,3 ponto percentual na comparação com o período de agosto a outubro, quando 6,8 milhões estavam sem ocupação (6,2%).
Segundo a pesquisa, os setores que puxaram o aumento do desemprego no trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025 foram os voltados ao serviço público, educação, saúde humana e serviços sociais (469 mil pessoas a menos) e no campo, principalmente agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (170 mil pessoas).
“No início de cada ano há um movimento de desligamentos na Administração pública, saúde e educação, e mesmo com a redução de 2,5% em relação ao trimestre anterior, esse grupo está 2,9% maior do que no mesmo trimestre do ano anterior”, disse William Kratochwill, analista da pesquisa.
O pesquisador afirmou, ainda, que a redução de trabalhadores no campo, no entanto, se manteve no mesmo nível do ano anterior. Mas, há uma redução ao longo dos anos, diz.
“Neste mesmo trimestre de 2013, por exemplo, havia 10,1 milhões de trabalhadores, e hoje temos cerca de 7,7 milhões”, completou.
A PNAD Contínua divulgada nesta quinta (27) mostra que, apesar do aumento registrado neste trimestre, ainda há uma tendência de queda do desemprego na comparação como mesmo período do ano passado, quando 8,3 milhões de pessoas estavam desocupadas.
Também foi registrada queda de 0,6% na quantidade de trabalhadores ocupados no país, alcançando 103 milhões de pessoas. Já na comparação anual, houve crescimento de 2,4%, o que significa um acréscimo de 2,4 milhões de pessoas no mercado de trabalho.
“A variação de 0,3 pontos percentuais em relação ao trimestre terminado em outubro do ano passado foi a maior desde 2017 (0,8 p.p.), igualando 2019”, seguiu Kratochwill.
A taxa de informalidade, que representa a parcela de trabalhadores sem vínculo formal, recuou para 38,3%, totalizando 39,5 milhões de pessoas. Esse percentual ficou abaixo tanto do trimestre anterior (38,9%) quanto do mesmo período de 2024 (39,0%).
A queda ocorreu devido à redução no número de empregados sem carteira assinada, que somam 13,9 milhões, enquanto os trabalhadores por conta própria permaneceram estáveis em 25,8 milhões. Já o número de empregados com carteira assinada no setor privado se manteve em 39,3 milhões, registrando alta de 3,6% na comparação anual.
O rendimento médio real dos trabalhadores foi de R$ 3.343 no período, registrando alta de 1,4% em relação ao trimestre anterior e de 3,7% frente ao mesmo período de 2024. Já a massa salarial totalizou R$ 339,5 bilhões, um crescimento de 6,2% no comparativo anual, mas sem variação significativa frente ao trimestre anterior.
“A população [ocupada] aumentou 2,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, um aumento superior a 2 milhões de pessoas ocupadas. Esse crescimento explica, em parte, o aumento da massa de rendimento em 6,2%”, completou ressaltando que a comparação com o trimestre anterior mostra uma queda de 0,6%, com menos 641 mil trabalhadores.
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