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'Precisamos urgentemente rearmar a Europa', diz Ursula von der Leyen




Presidente da Comissão Europeia reafirmou importância de aumentar gastos em Defesa entre os países da União Europeia após cúpula neste para discutir apoio à Ucrânia. Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fala à imprensa após cúpula de líderes europeus sobre a Ucrânia, em Londres, no Reino Unido, em 2 de março de 2025.
Christophe Ena/Pool via REUTERS
“Precisamos urgentemente rearmar a Europa.”
Esse foi o tom que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, adotou após a cúpula entre líderes europeus neste domingo (2), que teve como tema o apoio à Ucrânia em meio à guerra contra a Rússia.
Ursula disse também reiterou a importância dos países da União Europeia aumentarem os gastos com defesa, e que a Europa também precisa mostrar aos Estados Unidos que está pronta para defender a democracia.
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“Todos entendemos que, após um longo período de subinvestimento, agora é de extrema importância aumentar o investimento em defesa por um período prolongado, e faremos isso, pela segurança da União Europeia. (…) Os Estados-membros precisam de mais espaço fiscal para intensificar os gastos com defesa. (…) Temos que nos preparar para o pior e, portanto, aumentar os gastos”, disse Ursula à imprensa após a reunião em Londres.
A reunião, liderada pelo primeiro-ministro britânico Keir Starmer, ocorreu dias após o bate-boca entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca na sexta-feira. Na ocasião, Trump acusou o presidente ucraniano de ser ingrato pelo apoio dos EUA na luta contra a invasão russa, e o encontro terminou sem a assinatura do acordo de terras raras na Ucrânia.
Mais cedo neste domingo, Keir Starmer afirmou em entrevista à rede britânica “BBC” que o Reino Unido, a França e a Ucrânia trabalharão juntos para elaborar um plano de cessar-fogo na guerra contra a Rússia, que será apresentado aos EUA quando ficar pronto. (Leia mais abaixo)
Durante a reunião, Starmer disse aos líderes europeus que é necessário aproveitar este “momento único de uma geração” para intensificar o apoio à Ucrânia e, consequentemente, para a segurança da Europa.
“Ainda que a Rússia fale sobre paz, eles continuam com sua agressão implacável. (…) Precisamos definir quais passos sairão desta reunião para alcançar a paz por meio da força, em benefício de todos”, afirmou.
Após a reunião, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, também afirmou que os países europeus concordaram em aumentar os gastos com defesa e estão “intensificando seus esforços” para oferecer garantias de segurança.
Reino Unido, França e Ucrânia vão trabalhar em plano de cessar-fogo
Primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, recebe presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em sua residência presidencial em Londres em 1º de março de 2025.
Peter Nicholls/Pool Photo via AP
O Reino Unido, a França e a Ucrânia concordaram em elaborar um plano de cessar-fogo na guerra para apresentar aos Estados Unidos, disse o primeiro-ministro britânico Keir Starmer neste domingo (2), antes de cúpula de líderes europeus em Londres.
“Concordamos que o Reino Unido, juntamente com a França e possivelmente mais um ou dois países, trabalhará com a Ucrânia em um plano para interromper os combates. E então discutiremos esse plano com os Estados Unidos. (…) É realmente importante mantermos nosso foco central, que é a paz duradoura na Ucrânia”, afirmou Starmer em entrevista à rede britânica BBC.
Starmer descreveu a decisão como “um passo na direção” certa após o bate-boca entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e Zelensky na Casa Branca na sexta-feira.
“Em vez de cada país da Europa avançar separadamente, o que seria bastante lento, provavelmente precisamos formar agora uma coalizão dos dispostos”, disse Starmer.
Além disso, líderes europeus se reunirão em Londres neste domingo para discutir apoio para à Ucrânia, encarado como um importante passo para avançar em direção ao final do conflito. O objetivo do encontro é discutir ajuda militar à Ucrânia e garantir a segurança dos países europeus. (Leia mais abaixo)
Starmer também afirmou à BBC que está focado em atuar como um mediador para restaurar as negociações de paz e criar uma nova oportunidade de aproximação entre Trump, Zelensky e o presidente francês, Emmanuel Macron, em vez de “aumentar a retórica”. Starmer e Macron conversaram novamente com Trump após o bate-boca de sexta-feira.
O premiê britânico também disse à BBC que “a relação entre os EUA e o Reino Unido é a mais próxima entre dois países no mundo”, e por isso acredita que os EUA trabalharão junto com o Reino Unido para um cessar-fogo na guerra da Ucrânia caso os europeus forneçam garantias de segurança aos ucranianos.
Líderes europeus se encontram para discutir plano de paz com Ucrânia
“Trump disse claramente que nos apoiaria. Na minha reunião na quinta-feira, o resultado mais significativo foi que nossas equipes, do Reino Unido e dos EUA, se reunirão para discutir exatamente essa questão. Acho que para isso os países europeus precisam fazer mais e fornecer uma garantia de segurança, e é isso que estou discutindo com o presidente Macron e outros. Mas sempre deixei claro que isso precisará de um respaldo dos EUA, precisamos andar juntos”, afirmou Starmer.
Keir Starmer afirmou ainda à BBC acreditar que Donald Trump “quer uma paz duradoura” entre Rússia e Ucrânia, e para alcançar essa paz duradoura serão necessários três elementos:
Uma “Ucrânia forte” para continuar a lutar, se necessário, e manter uma posição robusta para negociar;
A presença da Europa, com garantias de segurança;
O apoio dos EUA.
O premiê disse confiar tanto em Trump quanto em Zelensky e admitiu que este é um “momento de fragilidade na Europa”.
Encontro de líderes europeus
Líderes europeus se reúnem em cúpula para discutir apoio à Ucrânia em 2 de março de 2025.
Justin Tallis/Pool via AP
Cerca de 15 líderes europeus devem se reunir em Londres, junto com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, neste domingo (2). O objetivo da reunião é discutir ajuda militar à Ucrânia e garantir a segurança dos países europeus.
A Ucrânia trava uma guerra contra a Rússia desde 2022, quando o governo de Vladimir Putin invadiu o território ucraniano. Os ucranianos estão ameaçados de perder a ajuda financeira e militar dos Estados Unidos desde que Donald Trump assumiu o cargo, em janeiro. Trump tenta forçar Zelensky a aceitar um acordo de paz, enquanto o presidente ucraniano cobra garantias de que Putin não volte futuramente a avançar sobre a Ucrânia.
No último sábado (1º), o presidente ucraniano já tinha se encontrado com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Segundo a Reuters, eles assinaram um novo empréstimo de 2,26 bilhões de libras (aproximadamente R$ 16,7 bilhões) para ajudar a Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Além do premiê britânico e de Zelensky, participarão da reunião líderes da Alemanha, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Itália, Holanda, Noruega, Polônia, República Tcheca, Romênia e Suécia. Também são esperadas as presenças de representantes do Canadá e da Turquia.
A reunião acontece dois dias depois de Zelensky discutir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca. Trump ameaçou deixar a Ucrânia “sozinha” se eles não chegarem a um acordo com a Rússia.
Durante a reunião no Salão Oval, o presidente americano criticou Zelensky na frente das câmeras, dizendo que ele estava “em uma posição muito ruim” e que poderia causar uma “Terceira Guerra Mundial”. Trump ainda disse que, se a Ucrânia não fizer um acordo, os Estados Unidos cortarão a ajuda aos ucranianos.
Depois dessa discussão, muitos líderes europeus correram para apoiar Zelensky. Eles acreditam que ele foi a Washington para assinar um acordo que permitiria aos Estados Unidos explorar os recursos minerais da Ucrânia em troca de garantias de segurança, conforme divulgado pela agência de notícias France Presse (AFP).
O que esperar da reunião em Londres?
Volodymyr Zelensky
REUTERS/Caitlin Ochs
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, garantiu a Zelensky que o Reino Unido vai continuar apoiando a Ucrânia.
A reunião em Londres é uma continuação da cúpula que aconteceu em Paris em fevereiro, afirmou a Downing Street, residência oficial do premiê britânico.
Ou seja, os líderes devem discutir como fortalecer a posição da Ucrânia, incluindo mais apoio militar e aumento da pressão econômica sobre a Rússia.
Os participantes também devem falar ainda sobre a importância de a Europa se preparar para defender a si mesma, caso os Estados Unidos retirem seu apoio militar e nuclear.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que está pronto para discutir uma possível defesa nuclear europeia, após um pedido do futuro chanceler alemão, Friedrich Merz.
Merz acredita que a Europa deve se preparar para o pior cenário, em que a Otan seria abandonada pelos Estados Unidos, e quer discutir a possibilidade de França e Reino Unido oferecerem um “guarda-chuva de segurança nuclear” para os outros países aliados.
Zelensky se reúne com premiê britânico em Londres



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