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Leila Pereira diz que Palmeiras vai pedir exclusão de clube adversário


Leila Pereira afirmou que o Palmeiras vai pedir a exclusão do Cerro Porteño da Copa Libertadores após Luighi, atacante do Alviverde, ser vítima de racismo na última quinta-feira, em uma partida contra a equipe pela competição sub-20 da categoria.

A mandatária ressaltou que não quer essa punição apenas para a base do time paraguaio, mas também para o elenco principal.

O que ela disse

“Logo depois do episódio, eu falei com o Luighi. Parabenizei pela força, pela coragem. Falei com ele e com João Paulo que nós vamos chegar às últimas instâncias para que o Cerro Porteño e os racistas criminosos sejam punidos de forma exemplar. Vamos solicitar exclusão do Cerro [Porteño] da competição, porque não é a primeira vez que esse clube ataca os nossos atletas e torcedores. Em 2022 ficaram imitando macacos para os nossos torcedores e não aconteceu nada, em 2023 aconteceu com os nossos jogadores, o Tabata foi punido por denunciar o caso e não conseguimos reverter”, disse Leila em coletiva de imprensa.

“Basta. Nós vamos tomar medidas drásticas. Perguntam: ‘presidente, o que adianta ficar soltando nota?’. Eu não tenho poder de polícia, não tenho poder de punição, não posso fazer justiça com as nossas mãos. É impossível. Sou totalmente contra os atletas retirarem da competição, aí vocês estariam punindo a vítima. Não foi coibir esse sonho dos meninos. Quem tem ser punido é o criminoso. Nossos atletas continuarão competindo e nunca abandonaremos o campo. Lutaremos para punições extremamente sérias e aos clubes que são coniventes. Nós vamos tomar providência com os nossos advogados, estamos em contato com o advogado da CBF e estamos em contato com a Conmebol para eles tomarem providências sérias”, acrescentou.

“Essa atitude do Luighi foi extremamente corajosa, haja visto que ele tem 18 anos. Nenhum ser humano pode ser chamado de ser humano se não se emocionou com aquela cena que vimos. Vamos até a Conmebol e se não conseguir, vamos na Fifa. Vamos até a última instância. Vamos resistir. Não vamos nos retirar da competição, porque o Palmeiras não foge à luta. Nossos meninos são bem atendidos aqui no Palmeiras, tem uma cabeça muito boa. O Luighi é brilhante e tenho certeza que ele ainda vai brilhar muito aqui e no exterior”.

“O Palmeiras vai se manifestar através de notas, mas também nos manifestamos tomando providências legais, jurídicas. Enquanto eu for presidente, o Palmeiras vai lutar até o fim pelo certo. Enquanto não houver punição pesada, punição eu digo cadeia, não vamos conseguir melhorar o que as pessoas sofrem com preconceito”.

“Não vou descansar enquanto as pessoas não forem punidas. Que o torcedor tenha certeza de que a presidente vai chegar a todas as instâncias para punir tanto aqueles que atacaram nosso funcionário no interior de São Paulo quanto o Cerro Porteño e os criminosos cometeram crime”.

“Eu tentei falar com o presidente da Conmebol e não consegui. Achei muito desagradável, porque foi um fato muito grave e acho que a Conmebol está sendo muito displicente com relação a esses fatos. Falei com o presidente Ednaldo [Rodrigues] e ele colocou a disposição o departamento jurídico da CBF para trabalhar com o nosso departamento para ver o que é melhor fazer de forma eficaz. Pretendemos pedir a exclusão do Cerro pela sequência de fatos que aconteceram com esse clube e você não vê providência nenhuma desse clube ou da Conmebol”, finalizou a presidente palmeirense.

Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Foto: Icon Sport.

Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Foto: Icon Sport.

Caso de racismo

Luighi foi alvo de racismo durante o jogo contra o Cerro Porteño, na última quinta-feira (6), pela Libertadores sub-20, no Paraguai. A partida foi disputada no estádio Ghunter Vogel, na cidade de San Lorenzo.

Luighi levou uma cusparada, denunciou xingamento de “macaco” ao árbitro da partida e chorou no banco de reservas. Ele desabafou na entrevista após o jogo e se revoltou com a falta de uma pergunta sobre o episódio. A entrevista foi feita por um prestador de serviço da transmissão oficial da Conmebol, que é instruído protocolarmente a perguntar sobre o jogo, segundo apurou o UOL.

O atleta voltou aos prantos. “É sério isso? Vocês não vão perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo? É sério? Até quando a gente vai passar isso? Me fala… até quando a gente vai passar isso? O que fizeram comigo foi um crime, pô. Vocês vão perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? CBF, sei lá. Você não vai perguntar sobre isso? Não ia, né? Você não ia perguntar sobre isso. O que fizeram foi um crime comigo, pô. A gente é formação. Aqui é formação, pô. A gente está aprendendo aqui”, disse Luighi, na saída de campo.

O Palmeiras divulgou nota condenando os atos racistas e disse que “irá até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos”.

Já a Conmebol afirmou, também em nota, que “medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área”.

O Palmeiras venceu o jogo por 3 a 0. Riquelme Fillipi marcou dois gols, e Erick Belé anotou o outro. O time paulista chegou aos seis pontos e se isolou na liderança do grupo após a segunda rodada.

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