Primeiro-ministro de Israel fez pronunciamento após romper trégua na Faixa de Gaza. Bombardeios já deixaram 413 palestinos mortos, disse o grupo terrorista. Netanyahu em 31 de outubro de 2024
Reuters/Amir Cohen/File Photo
Em tom de ameaça, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país vai dar continuidade às negociações com o grupo terrorista Hamas “somente sob fogo”, num pronunciamento nesta terça-feira (18).
As Forças Armadas de Israel romperam na noite de segunda-feira o frágil cessar-fogo com o Hamas que vigorava desde janeiro, afirmando que retomariam os bombardeios no território palestino de forma permanente.
Os ataques já deixaram 413 mortos e 660 feridos, incluindo civis, mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Tanques israelenses também foram vistos posicionados na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, indicando que, além dos ataques aéreos, as incursões por terra no território palestino também podem ser retomadas.
Em seu pronunciamento à nação, Netanyahu afirmou que a pressão sobre o Hamas é uma “condição crítica” para a soltura dos reféns israelenses ainda sob o controle do grupo terrorista e que essa nova campanha militar é “apenas o começo”. Segundo o premiê, o objetivo final é fazer com o que o Hamas “não constitue mais uma ameaça” a Israel.
Bombardeios de Israel à Faixa de Gaza; Hamas diz que mortos passam de 400
Israel declarou que bombardeou alvos do Hamas e lideranças do grupo terrorista. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ter ordenado os ataques após o Hamas se recusar a libertar os reféns ainda mantidos em Gaza e rejeitar todas as propostas que receberam para uma segunda fase do cessar-fogo, ainda em negociação.
Testemunhas relataram à Reuters terem presenciado uma série de explosões provocadas por ataques aéreos ao longo da Faixa de Gaza, e hospitais do território palestino receberam centenas de pessoas (veja vídeo acima).
Médicos que atuam no território afirmaram que havia crianças entre os mortos.
Segundo o Hamas, Mahmoud Abu Watfa, membro do alto escalão de segurança do grupo terrorista, foi morto durante os ataques. A Jihad Islâmica disse que seu porta-voz também morreu atingido por um dos bombardeios.
De acordo com a Reuters, explosões foram observadas na Cidade de Gaza, em Deir Al-Balah, na região central, e em Rafah e Khan Younis, no sul. A Defesa Civil do território, contolada pelo Hamas, afirmou que 35 ataques aéreos foram registrados.
Uma autoridade do Hamas acusou Israel de romper com o acordo de cessar-fogo de forma unilateral, colocando os reféns mantidos em Gaza em um “destino incerto”.
Ordens de evacuação em algumas regiões de Gaza foram emitidas por Israel na manhã desta terça, no horário de Brasília, e palestinos foram registrados deixando os locais.
Menino cozinha ao lado da mãe no teto de uma casa destruída, na Faixa de Gaza, em 17 de março de 2025
AP Photo/Jehad Alshrafi
Protesto de parentes
Também nesta terça, parentes de reféns israelenses que ainda estão sob poder do Hamas protestaram contra a retomada dos bombardeios por parte do governo israelense.
O grupo acha que os novos ataques dificultarão a libertação dos últimos sequestrados ainda em cativeiro em Gaza — há cerca de 60 reféns, entre os mais de 250 sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista invadiu Israel, matando também 1.200 pessoas.
Guerra
A mais recente guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando terroristas do grupo atacaram e invadiram o território israelense. Naquele dia, 1.200 pessoas foram mortas e mais de 200 foram sequestradas.
Nas semanas seguintes, Israel lançou uma operação em larga escala na Faixa de Gaza para combater e destruir estruturas do Hamas. Segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo grupo terrorista, mais de 40 mil pessoas morreram, incluindo mulheres e crianças.
O conflito gerou instabilidade no Oriente Médio e se expandiu para outras regiões, envolvendo o Hezbollah, no Líbano, e o Irã. Além disso, rebeldes Houthis, do Iêmen, passaram a atacar navios comerciais no Mar Vermelho em protesto às ações de Israel.
Na Faixa de Gaza, a guerra provocou uma crise humanitária generalizada, deixando milhares de pessoas desabrigadas ou deslocadas e reduzindo cidades a escombros.
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