O bloco Acadêmicos do Baixo Augusta tem casa nova no Centro de São Paulo. Na boêmia esquina que une as ruas da Consolação e Teodoro Baíma à avenida Ipiranga, ao lado do Teatro de Arena, o Laje do Baixo surge como um bar temático de samba, que promete ser opção fiel ao gênero.
O espaço, situado no segundo andar do edifício Professor Waldemar Ferreira, tem vista privilegiada. Quem ali entra dá de cara com a igreja Nossa Senhora da Consolação e visualiza no horizonte a rua da região central onde, anualmente, o tradicional bloco desfila.
A casa é toda decorada por fotografias e itens da agremiação: instrumentos, faixas e camisetas. Nas paredes, as fotos são de figuras que já desfilaram sob o ritmo do Baixo Augusta: Alceu Valença, Leci Brandão e Caetano Veloso são alguns dos muitos nomes, além da atual rainha de bateria, a atriz Alessandra Negrini.
A casa foi aberta pelos sócios Alexandre Youssef –ex-secretário de Cultura e Economia Criativa e colunista do UOL– e Alê Natacci, presidente do bloco. Segundo ambos, o espaço serve de exaltação à tradição do bloco, um dos maiores do Brasil.
“O [bloco] Baixo Augusta é o precursor da retomada do Carnaval em São Paulo. Esse bar é um braço disso”, conta Youssef à Folha.
Em 2017, a agremiação fundou uma casa na região central que servia como ponto de encontro —embora não como estabelecimento comercial. Ali eram realizadas rodas de samba e outras atividades culturais.
O lugar foi fechado em 2020, com a chegada da pandemia de covid-19. “Mas ficou a ideia fixa de retomar a casa do Baixo Augusta de modo a ser um ponto de encontro de membros do bloco e também de entusiastas”, diz Natacci.
O investimento, segundo contam, floresceu na crença de uma retomada da região central como protagonista da vida noturna. Natacci e Youssef querem que a casa se firme como ponto turístico. “O centro de São Paulo observa uma retomada nos últimos meses, e apostamos nisso como motor de movimento”, diz Youssef.
O cardápio teve colaboração da chef Daniela França Pinto, que o fez em circunstância de sua proximidade com a agremiação. Ele mira o menu de boteco.
Há opções individuais que saem da cozinha –sob o comando da chef Laura Maia– como o buraco quente, que leva carne louca desfiada, maionese de alho assado e crisp de cebola (R$ 27); o pão delícia, com cogumelo e creme de queijo (R$ 35); e o sanduba de fraldinha, que tem vinagrete e salsa criolla (espécie de vinagrete) além da carne (R$ 30).
Para dividir, o bolinho de mandioca, de carne, queijo ou camarão (quatro unidades, R$ 28).
Na laje, tem o churrasco, de onde saem os espetinhos, que custam a partir de R$ 16 e acompanham farofa e vinagrete.
Já a carta de bebidas, assinada por Paulo Bremenkamp, é dividida entre cervejas, drinques autorais e tradicionais do Brasil e do mundo. Entre os originais estão o apavora mas não assusta, que leva cachaça, suco fresco de limão, especiarias e gengibre (R$ 28), mesmo preço do família Augusta, que tem gin, limão, xarope de cerveja com maracujá e manjericão.
Na seção de tradicionais encontram-se a caipirinha (R$ 29), o rabo de galo (R$ 29) e a batidinha de coco (R$ 18), além dos estrangeiros negroni (R$ 45), mojito (R$ 30) e margarita (R$ 35). Finalmente, o pé da carta apresenta as opções da coquetelaria não alcoólica. Ali estão o “do baixo”, uma combinação de limão, laranja, gengibre e água com gás (R$ 18) e o virgin mojito, feito com limão, hortelã, açúcar e água com gás (R$ 18).
Segundo os sócios, o estabelecimento seguirá religiosamente a ordem de ter uma roda de samba aos domingos, atração que deve receber convidados esporadicamente.
A casa abre de quinta e sexta –com inauguração nesta semana—, das 18h à 0h. Aos sábados e domingos, das 14h às 20h. A capacidade é de 250 pessoas, com 120 lugares.
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