São Paulo foi invadida por portugueses que vêm para o evento Vinhos de Portugal, que começa nesta sexta-feira (13) e vai até domingo (15), no Pavilhão da Bienal. Para onde eu olho tem um deles. Nos últimos dias fui convidada para uma série de eventos de vinhos portugueses.
Essa onda portuga começou na semana passada. No dia 3, a importadora Premium Wines promoveu uma degustação de vinhos ibéricos, aberta ao público, que só reuniu fera. De Portugal, veio o Paulo Nunes, enólogo da Quinta da Passarela, no Dão, cujo trabalho eu acompanho e admiro há tempos. Ele trouxe também os rótulos da Quinta da Perdonda, seu projeto pessoal, também no Dão. Veio o Mário Sérgio Alves Nunes e seu filho, Frederico Nuno, da Quinta das Bágeiras, na Bairrada, que faz um dos melhores espumantes de Portugal.
E vieram dois produtores que eu ainda não conhecia, mas dos quais virei fã imediatamente: o Manuel Lobo Vasconcelos, da Lobo Vasconcelos, do Alentejo, e o João Roseira, da Quinta do Infantado, no Douro, que produz vinho do Porto e vinho tranquilo. Nenhum desses produtores, infelizmente, vai à Vinhos de Portugal, mas vale procurar pelos vinhos dele na Premium.
Na segunda (9), teve o Decanter Wine e inauguração da nova loja da importadora, nos Jardins. Não foi um evento português, mas havia portugueses presentes. Encontrei com outro velho conhecido, Anselmo Mendes, o mestre da região dos Vinhos Verdes. Conheci os produtores da Quinta dos Roques, no Dão, cujos vinhos já tinham chamado minha atenção. Ambos, para vossa alegria, estarão na feira.
Na quarta (11), fui a uma masterclass sobre vinhos portugueses, promovida pelo Turismo de Portugal (Visit Portugal) e conduzida por Karene Vilela, professora da Wset e presidente da Câmara Portuguesa. A aula aconteceu no Clube Paulistano, que terá uma mini Vinhos de Portugal em suas dependências no fim-de-semana. Os vinhos ali bebidos devem estar na feira. Tinha coisa muito boa.
Depois fui a um jantar organizado pela sommelière Cecília Aldaz para os vinhos do Dão, região que eu amo. Os vinhos do jantar, que segundo Cecília eram super especiais, ficaram presos na alfândega. Então, ela reuniu algumas garrafas com as importadoras. Não sei o que seriam as especiais, mas o que tomamos já era uma delícia. A boa notícia é que a maioria estará na feira. A seguir algumas dicas de o que beber por lá.
Sei que você ama os tintos portugueses, mas não pule os brancos. Portugal produz brancos fantásticos. Minha primeira sugestão é o Quinta dos Carvalhais Encruzado 2022, importado pela Zahil, que encontrei na Vino Bianco Store, por R$ 423,56 (só vou falar de vinhos, mas para prová-los você só precisa do ingresso da feira e sorte). É um encruzado bastante frutado, com aquela acidez maravilhosa que tem o vinho do Dão. O segundo é Talboadella Grande Villae Branco 2021, que é importado pela World Wine. O branco está esgotado, mas o tinto custa R$ 1.190,00. Um branco de respeito. Com madeira evidente, mas muito bem integrada. Cheio de fruta e uma acidez linda.
Todos os brancos do Anselmo Mendes valem ser provados. Contudo, agora, estou entusiasmada é por um tinto, Pardusco Private 2022, que custa R$ 496,00 na Decanter. É um clarete produzido com alvarelhão, uma casta delicada, que rende vinhos que lembram pinot noir. Outro tinto leve que adorei foi o Raríssimo Clarete 2016, do enólogo Osvaldo Amado. Importado pela Mosto Flor, custa R$ 695,00. Amado prometeu levar umas poucas garrafas.
Mais encorpado, o Quinta do Roque Touriga Nacional 2020, também do Dão, é um bom exemplo de touriga nacional a meu gosto: elegante, sem muita flor, com pimenta preta e grafite. Importado pela Decanter, custa R$ 641,00. Uma raridade o Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2012, importado pela Qualimpor, que encontrei no site da Vinovin por R$ 315,00, surpreendeu por sua vivacidade. Ainda tem fruta, mas já tem aromas que o tempo em garrafa traz, como couro, tabaco, terrosos.
A visita ao Salão de Degustação da Vinhos de Portugal custa a partir de R$ 170,00.
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