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dólar e Selic favorecem queda



A desvalorização do dólar, aliada à elevação da Selic para 15% ao ano pelo Copom, deve ajudar a conter a inflação nos próximos meses. As expectativas para o IPCA deste ano já recuaram de 5,7% para 5,25%, segundo o Boletim Focus, embora ainda permaneçam acima do teto da meta de 4,5%. Projeções de inflação vêm sendo ajustadas em diversas instituições financeiras, com cortes nas estimativas tanto para o IPCA quanto para o câmbio até o fim do ano.

A valorização do real frente ao dólar, que já acumula queda de 12% no ano, tem sido interpretada pelo mercado como um fator relevante no processo de desinflação. A moeda americana recuou de R$ 6,30 em janeiro para R$ 5,49 na última quarta-feira (18), favorecendo a queda de preços de alimentos, combustíveis e bens importados. A entrada expressiva de capital estrangeiro, atraída pela taxa de juros elevada, contribui para esse movimento cambial mais favorável, que alivia a inflação no curto prazo.

Em maio, os bens duráveis registraram queda de 0,17%, efeito direto da redução dos custos de produtos com forte componente importado. Há também expectativa de deflação nos preços de alimentos no domicílio em junho, impulsionada tanto pela valorização do real quanto por fatores sazonais, como clima favorável e safra agrícola robusta.

Além disso, a atividade econômica mais fraca na China e sinais de desaceleração nos Estados Unidos reduzem a demanda por energia e alimentos, impactando diretamente os preços internacionais.

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Incertezas nos EUA enfraquecem dólar

Mesmo com o risco de alta no petróleo devido às tensões geopolíticas no Oriente Médio, os ventos externos ainda sopram a favor, A valorização do real também se explica pelas incertezas fiscais nos Estados Unidos e pela reavaliação do papel do dólar como reserva de valor global — movimento que fortalece moedas de países emergentes como o Brasil.

O dólar mais fraco, segundo avaliação recorrente entre especialistas, deve continuar ancorando expectativas, sobretudo em relação aos preços dos bens industriais e alimentos.

Além do câmbio, variáveis domésticas também têm colaborado. A maior oferta de aves, impulsionada por barreiras às exportações em razão da gripe aviária, ajuda a conter os preços das proteínas. A tendência, segundo analistas, é de que alimentos como frango, ovos, carnes e até frutas e hortaliças apresentem queda ou estabilidade nos próximos meses, reforçando a descompressão do grupo alimentação no IPCA.

A inflação de bens industriais também deve perder fôlego, embora em ritmo mais lento. A projeção do mercado para esse grupo caiu, refletindo o impacto da moeda mais forte nos custos de importação. Com a valorização do real e a melhora das contas externas — beneficiadas por safras recordes e exportações em alta — os preços de produtos como eletrônicos, automóveis, trigo, leite em pó e itens de vestuário tendem a subir menos ou até cair.

.Ainda assim, a inflação de serviços segue como obstáculo. Por refletir uma economia ainda aquecida e um mercado de trabalho resiliente, esse segmento deve registrar aumento superior a 6% no ano, mantendo a pressão sobre o índice geral.

Instituições e analistas de mercado acreditam que só haverá espaço para corte na Selic a partir de março de 2026, quando a inflação consolidar trajetória de queda mais consistente — especialmente nos serviços. Até lá, o Banco Central, como destacou no comunicado ao mercado, tende a adotar postura cautelosa, aguardando sinais mais claros de arrefecimento da demanda interna.



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