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Abrolhos é paraíso para avistar baleias-jubarte – 18/12/2024 – Turismo


Abrolhos não passou incólume pelos olhos de Charles Darwin. Ao conhecer o arquipélago baiano em sua famosa viagem ao Brasil, em 1832, o então jovem naturalista registrou o verde brilhante da região e sua abundância em pássaros, répteis e corais.

Suas impressões foram eternizadas no livro “Aventuras e Descobertas de Darwin a Bordo do Beagle”, de seu bisneto. Não é para menos: segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio, Abrolhos concentra a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul.

Essa riqueza se espalha pelas cinco ilhas que formam o arquipélago, sendo uma controlada pela Marinha e as outras quatro administradas pelo ICMBio—estas formam o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, uma Unidade de Conservação Federal.

A ilha de Santa Bárbara é uma base militar e é a única ilha habitada, servindo de morada para pesquisadores, militares e funcionários do Instituto. É apenas na ilha Siriba que a circulação de turistas é autorizada (além dos passeios no mar, é claro). Por lá, é possível fazer uma rápida trilha guiada em busca dos atobás, que são pássaros típicos do arquipélago, e das outras aves que vivem ali.

O barato de Abrolhos, no entanto, está embaixo d’água. O mar cristalino e quente, ora azul ora verde, é um convite para os diversos passeios de mergulho das operadoras de turismo que são autorizadas a circular na área.

Nesses passeios, é possível encontrar algumas raridades: entre elas, a tartaruga-de-couro e a tartaruga-cabeçuda, ambas ameaçadas de extinção, além do coral-cérebro, que vive exclusivamente no arquipélago. Com o nome sugere, a espécie é arredondada e repleta de ranhuras, lembrando um cérebro humano.

A maior parte dos turistas, no entanto, visita Abrolhos para ver as baleias-jubarte. Migratórias, elas passam o verão no oceano Antártico, onde se alimentam, mas vêm à costa brasileira (principalmente na Bahia e no Espírito Santo) para temporadas de acasalamento e nascimento de filhotes, na primavera e no inverno. Por isso, é preciso escolher bem o mês de viagem: de dezembro a abril, a visibilidade na água é melhor, mas é de julho a novembro que as baleias dão as caras.

Aliás, o caminho para se chegar a Abrolhos é longo. É preciso partir de Caravelas (BA), a cidade mais perto de Abrolhos no continente. O aeroporto mais próximo fica em Teixeira de Freitas (90 km), mas Porto Seguro (256 km) e Vitória (409 km) também são opções. Uma vez em Caravelas, navegam-se pouco mais de 60 km —o que pode levar de três a cinco horas e torna os passeios do tipo bate-volta bem cansativos.

Em vez disso, vale optar pelos passeios de dois a quatro dias. Eles têm um charme à parte: como não é possível dormir nas ilhas, os visitantes ficam hospedados em um catamarã em alto-mar, com refeições e roupas de cama e banho inclusas. Partindo da embarcação, mesmo antes de o Sol nascer, a proposta é mergulhar pelo recife das Timbebas e pelo parcel das Paredes, onde a riqueza de corais é exuberante —sem falar nas jubartes pulando na superfície. Outros mergulhos são feitos à noite, quando surgem no mar espécies que não aparecem ao longo dia.

Um ponto imperdível das expedições pelo mar são os chapeirões. Essas estruturas são recifes isolados com uma formação característica, como cogumelos em tons de amarelo e vermelho que brotam do fundo do mar.

Os caminhos subaquáticos também levam ao encontro de embarcações que naufragaram em Abrolhos, sendo tomadas pela vida marinha e se tornando, também, atrações para mergulhadores. Reza a lenda, aliás, que o nome do arquipélago vem de “abra os olhos”, um aviso para quem navegava na região repleta de formações rochosas próximas à superfície e, por isso, propícias aos naufrágios.

Não é preciso saber mergulhar para aproveitar Abrolhos. Quem não tem experiência pode fazer o mergulho de batismo oferecidos pelas agências, com expedições acompanhadas que descem até dez metros de profundidade. Outra opção é curtir o snorkel: com boa visibilidade, basta flutuar para ver as belezas submarinas.

As águas do arquipélago também oferecem bons momentos de relaxamento. Com regiões mais rasas, é seguro e confortável soltar o corpo e deixá-lo flutuar, curtindo o céu e o mar azuis da Bahia.

Por ser uma unidade de conservação, Abrolhos tem taxa de entrada cobrada por dia, no caso dos passeios bate-volta, ou por pernoite, em passeios mais extensos.

O valor integral do ingresso é R$ 104, mas brasileiros têm desconto de 50% (menores de 12 anos e maiores de 60 anos são isentos).

Quando em Caravelas, uma boa pedida é ir ao centro de visitantes do parque, onde uma visita monitorada apresenta os atrativos de forma interativa, com vídeos e uma experiência de realidade virtual, além de uma trilha para observar as restingas e manguezais na região.



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