Por ter sido traído pelo presidente Mario Celso Petraglia, o torcedor do Athletico não consegue absorver, como consequência natural do futebol, o rebaixamento para a Segundona. E, talvez, não conseguirá.
O Furacão continua invicto no Estadual e já passou da primeira fase da Copa do Brasil, vencendo o Pouso Alegre por 2 a 0. E, no entanto, o torcedor continua vendo-o com olhos inquisitoriais, o que o impede de enxergar virtudes no time de Barbieri, nem mesmo na vitória, que é a única verdade do futebol.
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Bem por isso, em Pouso Alegre, a vitória só tomou rumo com o gol impedido de Luiz Fernando e com a fragilidade do pequeno time mineiro, e o que é tudo verdade. Mas, a impressão é que o atleticano está indiferente. E ver Léo Pelé, Fernando, Palacios, Dudu, Mastriani, Leozinho, Falcão e Raul, não há como ganhar conforto.
Não deveria ser assim. É que o rebaixamento, embora abra feridas na paixão, deveria ser absorvido pelo fato de que o tempo, por mais longo que seja, é curto para a grandeza do Athletico.
Mas, entendo o atleticano. Ocorre que o rebaixamento não foi consequência natural do futebol. Foi consequência da omissão de quem sabia que deveria fazer, tinha poderes absolutos para fazer, e omitiu-se. Voltando à Baixada, foi ofendido com o dedo esquerdo isolado da mão de Petraglia, pelo qual passaram os milhões de reais, dólares, euros e libras, que estariam acabando, sem que fosse prestado contas.
E não fosse pouco, há mais. Estava pensando que a paixão dos atleticanos nada tem a ver com os sorrisos, falas e dedos canalhas que tomaram o Athletico para si.
O atleticano tem que voltar a ser atleticano.
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