Terremoto de magnitude 7,7 atingiu Mianmar nesta sexta-feira (28) e foi fortemente sentido na Tailândia e na China. ‘A piscina estava parecendo mar’, diz brasileira em Bangkok durante terremoto
Um terremoto de magnitude 7,7 atingiu Mianmar nesta sexta-feira (28). Os abalos também foram sentidos na Tailândia e na China, provocando pânico entre moradores e turistas.
Brasileiros que estavam em Bangkok, na Tailândia, no momento do terremoto descrevem uma situação caótica, com dificuldade para locomoção, evacuação de prédios e medo de novos tremores.
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Luiza Conde Mesquita, 27 anos
A modelo brasileira Luiza Conde Mesquita, 27 anos, mora em Bangkok, na Tailândia, há cerca de um mês e diz que estava na academia do prédio onde está hospedada, no 27º andar, quando começou a sentir tontura. “Pensei que fosse o vento, já que havia previsão de tempestade. Mas o balanço ficou muito forte, e resolvi pegar minhas coisas e sair dali”, relatou.
Quando notou que a piscina “estava parecendo mar”, considerou que poderia ser um terremoto.
“Descer as escadas da academia foi difícil por causa do balanço. Cheguei até uma área mais aberta, perto da piscina, e fiquei sentada na grama, sentindo o prédio balançar de um lado para o outro, sem saber o que fazer”, disse.
Luiza Conde Mesquita, 27 anos
Acervo pessoal
Em meio à confusão, Luiza ajudou uma funcionária do prédio que parecia em choque a descer pela escada. “Ficamos do lado de fora por algumas horas, porque havia a suspeita de um novo tremor. Quem precisasse pegar algo importante deveria subir rapidamente. Peguei meu passaporte e voltei”, relatou.
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Tom Ximenes, 35 anos
Tom Ximenes, 35 anos, é gestor de milhas e nômade digital. Ele está há cinco meses na Tailândia e há uma semana em Bangkok. Ele notou os primeiros tremores a caminho de um restaurante, quando percebeu que os barcos no rio Chao Phraya estavam balançando de forma incomum.
“Achei estranho na hora, mas não entendemos o que estava acontecendo. No restaurante, percebemos que a internet tinha caído. Quando as mensagens começaram a chegar, entendemos: era um terremoto”, disse.
Tom Ximenes, 35 anos
Acervo pessoal
Já fora do restaurante, Ximenes precisou caminhar cerca de 10 quilômetros até o hotel em que estava hospedado. Isso porque o metrô não estava funcionando e os táxis estavam cobrando valores muito superiores ao comum, cerca de 3.000 bahts (cerca de R$ 500).
“Passamos por um hospital, e a cena era impressionante: colocaram várias camas do lado de fora para atender as pessoas que chegavam. […] A locomoção aqui é muito difícil, porque praticamente só tem uma avenida principal, e ela está completamente interditada. Parecia uma guerra”, descreveu.
Tarsila Silva, 30 anos
A empresária Tarsila Silva, 30 anos, mora em Bangkok há um ano e meio e estava dormindo quando acordou com a cama balançando.
“No primeiro momento, não entendi o que estava acontecendo. Olhei pela janela e vi um poste sacudindo. Foi aí que entendi que era um terremoto”, contou.
Sem saber o que fazer, ouviu os gritos dos moradores do prédio e o alarme de emergência. “As pessoas começaram a evacuar o prédio rapidamente. Ainda há prédios para onde os moradores não voltaram por medo”, disse.
Tarsila Silva, 30 anos
Acervo pessoal
Segundo ela, a cidade ficou um caos após o tremor. “O trânsito parece cena de filme apocalíptico, com todo mundo tentando sair da cidade. As lojas fecharam mais cedo, o metrô foi interditado, e ainda não sabemos se ele voltará a funcionar amanhã. Há muitas pessoas nas ruas porque a maioria mora em prédios altos e tem medo de voltar para casa.”
Bruna Moraes, 35 anos
A empresária do ramo turístico Bruna Moraes, 35 anos, estava no aeroporto de Bangkok quando aconteceu o terremoto. Ela havia desembarcado apenas dez minutos antes com um grupo de 25 brasileiros, em uma viagem organizada pela agência dela. “No aeroporto, tudo balançou, mas não houve estragos”. Já no hotel, o cenário era diferente: muitos quartos estavam danificados, especialmente os banheiros, onde azulejos e vidros quebraram.
Embora não tenha presenciado destruição nas ruas, Bruna afirma que o deslocamento pela cidade ficou caótico, e o trajeto do aeroporto até o hotel, que normalmente levaria uma hora, acabou durando cinco.
Bruna Moraes, 35 anos
Acervo pessoal
Apesar do susto, Bruna e o grupo de brasileiros seguirão viagem iniciada no Vietnã, passando pelo Camboja e, por último, pela Tailândia, onde ficarão até 6 de abril, quando retornarão ao Brasil.
“Amanhã seguimos nosso passeio normalmente até segunda ordem. Todos estão bem e tranquilos. […] Tivemos que esperar mais do que o normal e ter paciência. Graças a Deus, todas as pessoas do grupo são maduras e entenderam a situação. Com calma, resolvemos tudo, cada um na sua ordem”, disse.
Júlia Michelin, 26 anos
Júlia Michelin, de Itaí (SP), 26 anos, mora em Bangkok, e diz que se sentiu impotente durante o terremoto. Ela conta que estava em casa, no último andar de um prédio de 26 andares, quando os tremores começaram. Júlia é dentista e tem uma empresa de inteligência artificial na área odontologia.
“Foi um susto muito grande, as paredes balançavam. Senti que nada que eu fizesse poderia mudar ou controlar o que estava acontecendo. Parecia que o prédio ia cair a qualquer momento”.
A jovem contou que não recebeu aviso pelo celular, achou que estava passando, algo como labirintite, e que saiu correndo pela escada.
Júlia Michelin de Itaí (SP), 26 anos, é dentista, e mora em Bangkok, capital da Tailândia.
Arquivo Pessoal/Júlia Michelin
“Não sabia o que estava acontecendo, muitas pessoas também estavam descendo pelas escadas e nesse momento que falaram que era terremoto. O condomínio fica próximo a um rio, dava para ver a água balançando”.
Depois de cinco horas, algumas torres do condomínio em que ela mora foram liberadas por engenheiros e ela pode voltar para o apartamento. Nas redes sociais ela compartilhou alguns vídeos mostrando a situação do apartamento com algumas rachaduras e paredes lascadas.
Era por volta das 3h da manhã no Brasil quando o tremor atingiu a região onde Júlia mora, ela esperou amanhecer para avisar os pais. “Eles ficaram preocupados. Gostaram de saber se eu estava segura, se estava tudo bem comigo”
Luciana Cicci
Luciana Cicci, que cresceu em Brasília, conta que nunca tinha passado por uma situação parecida durante os oito anos em que mora em Bangkok.
“Nós estávamos de carro e a gente sentiu tremendo, balançando, como se nós estivéssemos dentro de um barco. Vi os fios de alta tensão balançando muito, as janelas de vidro, as portas de vidro das lojas balançando também. A gente ainda está se recuperando do susto”, afirma a veterinária.
“Muita gente usando o telefone. A internet estava extremamente lenta por causa disso. As pessoas de idade passando mal, gente chorando”, afirma a veterinária.
Ela diz que levou três horas para ir do ponto em que estava no momento do terremoto até em casa. Normalmente, o percurso é de 20 minutos. “Foi muito difícil voltar para casa. Tinha muita gente andando nas ruas. O trem de superfície parou, o metrô também parou”, completa Luciana.
A veterinária diz ainda que, também por causa do trânsito, quem precisou de atendimento médico demorou para chegar aos hospitais. (leia o relato completo)
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