A Caixa Econômica Federal elevou os juros do financiamento imobiliário em meio a alta da Selic e o aumento de retiradas da caderneta de poupança. As taxas subiram de 1 a 2 pontos percentuais, dependendo da modalidade. O reajuste está em vigor desde 2 de janeiro para os novos contratos.
Os juros da linha de crédito corrigida pela Taxa Referencial (TR) subiram para TR mais 10,99% até 12% ao ano. Até o fim de 2024, essa modalidade considerava a TR acrescida de 8,99% até 9,99%.
Para as linhas corrigidas pela poupança, a taxa aumentou para a remuneração da caderneta mais 4,12% a 5,06% ao ano. Anteriormente, os juros estavam em remuneração da caderneta mais 3,1% a 3,99% ao ano.
Em nota, o banco informou que os juros são definidos conforme a conjuntura do mercado, informou a Agência Brasil. “A Caixa esclarece que a definição das taxas de juros do banco se baseia na análise da associação de fatores mercadológicos e conjunturais, dentro das regras prudenciais de definição das condições do crédito”, disse o banco.
As mudanças atingem apenas os financiamentos ligados ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), destinados à classe média e concedidos com recursos da caderneta de poupança. As linhas de crédito do Minha Casa, Minha Vida, que financiam imóveis de até R$ 350 mil para famílias que recebem até R$ 8 mil, não tiveram aumento de juros.
Responsável por cerca de 70% dos financiamentos imobiliários no país, a Caixa alterou, pela segunda vez em dois meses, as regras para o setor. Em novembro, o banco aumentou o valor da entrada de 20% para 30% e criou modalidades atreladas ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), cuja taxa está ligada à variação da Selic.
Aperto no financiamento imobiliário
Dois fatores levaram ao aperto na concessão de crédito habitacional: alta dos juros básicos da economia (Selic) e a queda de recursos na poupança. O aumento da demanda pelas linhas da Caixa, em meio à elevação das taxas nos bancos privados, também influenciou a limitação do crédito.
Hoje, a Selic está em 12,25% ao ano. No mês passado, o Banco Central alertou que mais duas altas de 1 ponto percentual podem ocorrer nas próximas reuniões. Além disso, o mercado imobiliário enfrenta o aumento nos saques na caderneta de poupança e das maiores restrições para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), aprovadas no início de 2024.
O BC informou que a caderneta de poupança registrou o quarto mês de saques líquidos consecutivos em outubro, com os correntistas retirando R$ 6,3 bilhões a mais do que depositaram.
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