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Chanceler austríaco não consegue formar coalizão e renuncia



O chanceler em exercício da Áustria, o conservador Karl Nehammer, anunciou no último sábado (4) que renunciará nos próximos dias, tanto como chefe do governo quanto como presidente do Partido Popular (ÖVP), depois que o grupo abandonou as negociações com os social-democratas para formar um novo governo.

“Estamos encerrando as negociações com o SPÖ (Partido Social Democrata) e não as continuaremos”, disse Nehammer, em uma mensagem publicada nas redes sociais antes de anunciar sua intenção de deixar os cargos que ocupa desde dezembro de 2021.

A tentativa de formar um governo fracassou, deixando na oposição o partido ultranacionalista FPÖ, vencedor das eleições legislativas de 29 de setembro na Áustria, com 28,8% dos votos, seguido por ÖVP (26,3%) e SPÖ (21,1%).

Após as eleições, o progressista Van der Bellen descartou a possibilidade de dar ao FPÖ o mandato para formar um governo – apesar de sua vitória – porque faltavam parceiros para uma maioria parlamentar e confiou o mandato a Nehammer, que iniciou negociações com os social-democratas.

Pouco tempo depois, em novembro, ele também convidou o pequeno partido Neos (neoliberal) para obter uma maioria mais ampla de assentos parlamentares.

Na sexta-feira passada, a líder do Neos, Beate Meinl-Reisinger, anunciou que seu partido estava deixando as negociações porque não havia conseguido chegar a um acordo com ÖVP e SPÖ sobre questões importantes, devido à falta de disposição deles em lidar com reformas profundas do Estado, apesar da difícil situação econômica.

Ainda não se sabe a data exata em que Nehammer deixará o cargo e por quem será substituído.

A Áustria encerrou seu segundo ano de recessão em 2024 e entra em um período de instabilidade política, já que, mais de três meses após as eleições parlamentares, o país ainda não tem perspectiva de um novo governo, e novas eleições não estão descartadas.

As últimas pesquisas mostram ÖVP e SPÖ com intenções de voto de cerca de 20% a 21% cada, enquanto o ultra FPÖ, que venceu as eleições com 28,8%, aumentou ainda mais sua liderança para 35% a 37%.



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