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Com apoio de Musk, AfD tem seu melhor desempenho eleitoral



O partido de direita nacionalista alemão Alternativa para a Alemanha (AfD) foi o segundo mais votado nas eleições legislativas realizadas no país neste domingo (23), com quase 21% dos votos.

A legenda dobrou seu percentual de votos em relação ao pleito de 2021 e teve seu melhor desempenho numa eleição nacional desde que foi fundado, em 2013. Na última eleição para o Parlamento Europeu, em junho de 2024, já havia sido o segundo colocado na Alemanha, com 16% dos votos.

Durante anos, o AfD foi demonizado na política alemã, pela postura de alguns de seus membros sobre o passado nazista do país.

Em 2017, Björn Höcke, membro do Parlamento da Turíngia pelo AfD, criticou o Memorial do Holocausto de Berlim, dizendo que “os alemães são o único povo no mundo que planta um monumento de vergonha no coração da capital”.

No ano passado, um dos líderes do partido, Maximilian Krah, causou revolta ao sugerir que nem todos os membros da SS nazista eram “criminosos”.

Nos últimos anos, porém, o AfD vem crescendo num momento de crise do país. O PIB alemão sofreu retração nos últimos dois anos, em grande parte devido a um complicado processo de mudança da matriz energética depois que a Alemanha impôs sanções à Rússia (pela invasão à Ucrânia) para deixar de importar gás natural do país de Vladimir Putin.

O AfD também ganhou projeção com o apoio de figuras de ponta da nova direita americana. O proprietário do X, Elon Musk, participou remotamente de um comício do partido, fez uma entrevista na sua rede social com a atual líder do AfD, Alice Weidel, e disse que a legenda é a única que “pode salvar a Alemanha”.

Na semana retrasada, o vice-presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, esteve na Alemanha, onde participou da Conferência de Segurança de Munique e se encontrou com Weidel, mas não visitou o chanceler alemão, Olaf Scholz.

Na ocasião, Vance criticou o chamado “firewall” contra o AfD, isto é, a recusa dos grandes partidos alemães de formar coalizões com legendas que consideram extremistas, prática em vigor desde a Segunda Guerra Mundial.

Embora o AfD tenha se declarado aberto a conversas para fazer parte do novo governo alemão, Friedrich Merz, líder do bloco conservador formado pela União Democrata-Cristã e pela União Social Cristã (CDU/CSU), vencedor das eleições deste domingo, descartou formar um governo com a direita nacionalista.

Porém, Weidel projetou uma vitória do AfD nas próximas eleições, em 2029. “Nunca estivemos tão fortes, somos a segunda maior força”, afirmou a apoiadores em Berlim.

“Somos o único partido com uma pontuação de dois dígitos em comparação com as eleições passadas”, destacou. “Nas próximas eleições, assumiremos o lugar do CDU e ficaremos em primeiro lugar.”



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