O bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, é o que recebe o maior número de delegações que estão na cidade para a cúpula do G20, que acontece nesta segunda (18) e terça-feira (19). É lá que estão 31 delegações, entre países e representantes de organizações e bancos multilaterais, distribuídas em 11 hotéis.
O hotel Fairmont, em frente ao posto 6 da praia de Copacabana, é o que concentra o maior número de delegações, seis. Estão hospedados no local o presidente Lula (PT), além de outros representantes do Brasil; da Alemanha, com o premiê Olaf Scholz; do Canadá, com o primeiro-ministro Justin Trudeau; e da França, com o presidente Emmanuel Macron.
Além deles, a delegação da Austrália e representantes do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional) estão alocados lá.
A proximidade do Fairmont com o Forte de Copacabana, antiga base militar onde Lula realizou reuniões bilaterais, explica o tamanho do aparato de segurança que se via ao seu redor nesta segunda-feira. O hotel está cercado por grades e viaturas da polícia, e só hóspedes estão autorizados a entrar no lobby —apesar disso, Macron foi visto caminhando pela orla na noite do domingo.
Outros locais no bairro que abrigam um grande número de delegações são o Rio Othon Palace, onde está o controverso presidente da Argentina, Javier Milei, assim como os líderes do Uruguai, do México e do Japão.
E o Copacabana Palace. O mais badalado dos hotéis cariocas hospeda representantes de Singapura, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita —cujo príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, ofereceu um jantar para a sua delegação e convidados brasileiros na sexta-feira (15).
Além de Copacabana ter uma alta concentração de hotéis, é possível que os países tenham escolhido a região em razão de sua proximidade do MAM (Museu de Arte Moderna), onde acontece a cúpula do G20. O Hilton Copacabana, onde Joe Biden, o presidente dos Estados Unidos, está hospedado, por exemplo, fica a menos de 9 km do museu no Flamengo.
Ainda há representantes dos EUA em outros dois hotéis: Windsor California, no mesmo bairro, e Janeiro Hotel, no Leblon. Procurado, o consulado americano no Rio de Janeiro não informou, por questões de segurança, o tamanho da delegação do país.
Já o hotel mais distante do MAM é o Grand Hyatt, na Barra da Tijuca, que fica a cerca de 36,3 km de distância do local onde ocorre a cúpula. As delegações da África do Sul, do Egito e da Turquia —incluindo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan— estão hospedadas lá.
As demais delegações estão espalhadas em outros bairros da zona sul. No Leblon, o hotel Sheraton fechou para demais hóspedes a fim de receber a delegação da China, do líder Xi Jinping, que chegou no domingo. O hotel tem 538 quartos.
Chineses, aliás, podem ser vistos em toda essa parte da cidade. Desde o domingo, eles passeiam com bandeiras e bonés do país. Muros da avenida Niemeyer e na orla da praia no Leblon foram pintados com a bandeira chinesa e a frase “Viva a amizade sino-brasileira”
Apesar da movimentação, a praia do Vidigal, cujo acesso se dá pela lateral do Sheraton, está com passagem aberta. Nesta segunda (18), grupos de chineses andavam na areia ao lado de outros turistas e frequentadores locais.
A delegação da Índia, com quase 250 pessoas, está hospedada no Hotel Nacional, em São Conrado. O hotel, com 413 suítes, não fechou completamente para a delegação.
Segundo a ABIH-RJ (Associação Brasileira de Hotéis) e o HotéisRio, os hotéis cinco estrelas do Rio registram taxa de ocupação hoteleira acima de 95% para as datas que incluem o G20. Em toda a cidade, a taxa de ocupação é de 80%, em média.
É menos do que o observado na noite do Ano-Novo passado, quando a média de ocupação nos hotéis cariocas em geral foi de, em média, 87,13%.
Atendentes de uma padaria gourmet próxima do Othon, em Copacabana, disseram à Folha que o movimento tinha aumentado, mas não se comparava ao do fim do ano. Funcionários de um quiosque na praia contratados especificamente para o feriado aguardavam, sem ânimo, a chegada de eventuais clientes.
Já o esquema de segurança, este sim, remetia àquele do fim do ano. “É pique Ano-Novo”, disse Alexandre Assis, 21, enquanto atravessava a rua em direção à praia para ir vender queijo coalho. Na esquina da avenida Atlântica, todo o quarteirão do Copacabana Palace estava cercado por grades.
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