O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) afirmou neste domingo (29), por meio de nota, ter acesso a documentos que comprovam a morte de um total de 59.725 pessoas sob tortura e maus-tratos nas prisões do regime de Bashar al-Assad, desde o início da revolução no país, em 2011.
A ONG afirmou em um comunicado que, destas pessoas, ao menos 10.885 casos foram identificados oficialmente após a derrubada do regime de Assad, há três semanas.
“Com a queda do regime, apareceram documentos deixados por seus serviços de segurança que revelam o martírio de 10.885 detidos, número que o observatório conseguiu documentar oficialmente, mas a realidade indica que os números reais são muito superiores”, refere a nota.
Segundo o documento, essas prisões eram consideradas como “um verdadeiro pesadelo, pois os detidos enfrentavam as mais horrendas formas de tortura física e psicológica, desde espancamentos brutais, choques elétricos, arrancamento de unhas até à privação de comida e sono”.
Prisão de Sednaya
A prisão de Sednaya, nos arredores de Damasco, foi a considerada mais violenta, “chamada de ‘matadouro humano’, pois ali a morte não era uma possibilidade, mas sim um destino quase inevitável, e os detidos testemunharam execuções em massa e tortura sistemática que ceifou a vida de milhares de pessoas”.
“As imagens que surgiram desta prisão após a queda do regime e a fuga de Bashar al-Assad (para a Rússia) em 8 de dezembro mostraram cenas de corpos desfigurados pela tortura, como testemunho do horror dos crimes cometidos”, acrescentou.
A ONG apelou à comunidade internacional para “adotar medidas urgentes e concretas para garantir que os autores de torturas e assassinatos sob tortura (…) sejam responsabilizados. Estes julgamentos devem ser realizados em território sírio e sob a supervisão de organizações internacionais independentes”.
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