O inglês foi designado neste sábado (1) como a língua oficial dos Estados Unidos em decreto assinado por Donald Trump, presidente do país. A decisão visa “promover maior coesão cultural, eficiência administrativa e unificação em meio à diversidade linguística na maior economia global”. O objetivo do governo é centralizar todos os serviços e comunicações oficiais em um idioma comum, “refletindo a história e os valores nacionais”.
De acordo com a ordem executiva do governo, a medida busca “simplificar processos burocráticos, garantir acesso igualitário a informações públicas e fortalecer a identidade cívica e nacional”. Com a formalização, o inglês se torna oficialmente o idioma padrão para documentos governamentais, serviços públicos e todas as comunicações oficiais.
Apesar de o inglês já ser amplamente utilizado em sistemas governamentais e na sociedade americana, a oficialização dá um peso simbólico à prática. A regulamentação pretende padronizar os processos administrativos, aumentando a eficiência do estado.
Historicamente, os Estados Unidos nunca haviam adotado uma língua oficial em nível federal, refletindo o caráter multicultural do país e a sua longa tradição de imigração. A diversidade linguística foi vista como uma característica inerente à identidade americana.
Apesar disso, mais de 30 estados americanos já haviam declarado o inglês como idioma oficial em legislações locais. Segundo dados de levantamento sobre a sociedade americana feito pelo censo americano entre 2018 e 2022, cerca de 78,5% da população com mais de cinco anos de idade fala exclusivamente inglês em casa. Ao mesmo tempo, 68 milhões de pessoas usam outros idiomas, majoritariamente espanhol, chinês, filipino, vietnamita e árabe.
A medida, no entanto, gerou preocupações entre comunidades de imigrantes e defensores da diversidade linguística. Críticos apontam que a exigência exclusiva do inglês pode dificultar o acesso a informações e serviços públicos para pessoas que têm outros idiomas como principais em seu cotidiano.
A falta de iniciativas claras para apoiar as minorias linguísticas levanta debates sobre o potencial impacto dessa decisão. Grupos de direitos civis indicam que tal mudança pode ampliar a exclusão social e limitar a integração de comunidades onde o inglês não é predominante.
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