O novo líder da Síria, Ahmed al-Sharaa, disse neste domingo (29), em entrevista à televisão saudita Al Arabiya, que o processo de elaboração de uma nova Constituição pode demorar cerca de três anos e que a organização de eleições no país deve levar até quatro anos.
“A Síria precisa de um ano para que os cidadãos experimentem mudanças radicais nos serviços”, disse Sharaa à emissora estatal saudita.
“Qualquer eleição adequada exigirá um censo populacional completo”, o que leva tempo, destacou à Al Arabiya, em cortes da entrevista divulgados antes da íntegra.
Em relação às manifestações de cidadãos, Sharaa destacou que é um direito legítimo de qualquer cidadão expressar sua opinião, sem prejuízo das instituições.
Ele também falou sobre as nomeações de funcionários da mesma ideologia política no atual governo de transição e justificou-as como uma medida em um cenário que exige harmonia na nova autoridade síria.
“A forma atual de nomeações era uma necessidade nesta fase e não era para excluir ninguém”, disse Sharaa, considerando que “as cotas neste período teriam destruído o processo de transição”.
Sobre algumas “operações de represália” que ocorreram contra “restos do antigo regime”, observou que foram “menos do que o esperado em comparação com a dimensão da crise” e acrescentou que “o regime anterior deixou enormes divisões dentro da sociedade síria”.
Apesar disso, “não há preocupação dentro da Síria, uma vez que os sírios coexistem”.
Quanto à dissolução de facções, incluindo a Organização para a Libertação do Levante (HTS, na sigla em árabe), disse que “o grupo será certamente dissolvido e isso será anunciado na Conferência de Diálogo Nacional”.
Com a queda de Bashar al-Assad no último dia 8, o novo governo sírio foi estabelecido até 1º de março de 2025, embora ainda não tenha anunciado qualquer calendário eleitoral ou ações detalhadas relativas à organização política assim que expirar o mandato do governo em exercício.
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