Nas últimas semanas, novo comitê disciplinar universitário enviou notificações a dezenas de estudantes por atividades que vão desde o compartilhamento de postagens em mídias sociais até a participação em protestos ‘não autorizados’. Maryam Alwan, uma estudante da Universidade de Columbia que recebeu uma notificação disciplinar da escola acusando-a de ajudar a publicar um artigo de opinião crítico a Israel
AP Photo/Richard Drew
Estudantes da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, que fizeram críticas a Israel e participaram de manifestações pró-Palestina estão sendo alvo de investigação, segundo a agência de notícias Associated Press.
Nas últimas semanas, o Escritório de Equidade Institucional, novo comitê disciplinar universitário, enviou notificações a dezenas de estudantes por atividades que vão desde o compartilhamento de postagens em mídias sociais até a participação em protestos “não autorizados”.
Um dos notificados é a Maryam Alwan, veterana da Universidade Columbia. Ela estava visitando a família na Jordânia durante as férias de inverno quando recebeu um e-mail da universidade acusando-a de assédio. A suposta principal infração? Escrever um artigo de opinião no jornal estudantil de Columbia pedindo desinvestimento de Israel.
Trump ameaça cortar financiamento federal
Donald Trump anunciou em sua rede social Truth nesta terça-feira (4) que todo o financiamento federal seria interrompido para escolas e universidades que permitirem “manifestações ilegais”. “Os agitadores serão presos e/ou deportados permanentemente para seus países de origem”, martelou o bilionário.
“Os estudantes americanos serão expulsos ou, dependendo de seu crime, presos”, continuou o presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira, sem especificar a quais manifestações estava se referindo.
No ano passado, vários campi americanos foram palco de manifestações pró-Palestina, que já haviam sido fortemente denunciadas por Donald Trump durante sua campanha para a Casa Branca.
Na segunda-feira (3), o governo dos EUA também considerou rescindir contratos no valor de mais de US$ 50 milhões (quase R$ 300 milhões) com a prestigiosa universidade nova-iorquina de Columbia, alegando que a instituição não protegia seus estudantes judeus.
Reformular o sistema educacional?A Secretária de Educação dos EUA condenou a “aparente incapacidade da Universidade de Columbia de cumprir sua responsabilidade nos termos desse acordo fundamental”, o que, segundo ela, “levanta questões muito sérias sobre sua capacidade de continuar a trabalhar com o governo dos Estados Unidos”.
De modo mais geral, o bilionário anunciou claramente sua intenção de reformular o sistema educacional americano, desvinculando o governo federal em favor dos estados, que já detêm a maior parte dos poderes nessa área.
Em um momento em que alguns estados conservadores do Sul estão restringindo o conteúdo educacional sobre temas como racismo e sexualidade, Donald Trump chegou a anunciar sua intenção de acabar com o Departamento de Educação federal. Enquanto isso, ele nomeou para a pasta, nesta terça-feira, Linda McMahon, ex-diretora da principal empresa de luta livre dos Estados Unidos.
“Woke”O sistema educacional é amplamente descentralizado nos Estados Unidos, mas o governo federal mantém uma influência considerável por meio dos fundos que aloca, especialmente para escolas em áreas pobres ou para crianças com dificuldades de aprendizado.
Donald Trump já pôs fim a vários tipos de financiamento para escolas, como parte de suas iniciativas voltadas para pessoas transgênero ou políticas de diversidade.
A educação é um campo de batalha fundamental para os conservadores nos EUA, que acusam as escolas de doutrinar as crianças com ideias “woke”, um termo pejorativo para visões progressistas sobre sexualidade e raça.
(Com AFP)
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