Lar Internacional EUA retomam execução por fuzilamento após 15 anos; condenado matou pais de ex com taco de beisebol
Internacional

EUA retomam execução por fuzilamento após 15 anos; condenado matou pais de ex com taco de beisebol




Salvo perdão ou recurso acatado por tribunal, Brad Sigmon terá sua pena capital cumprida nesta sexta. Pelotão de fuzilamento só foi usado três vezes desde o restabelecimento da pena de morte no país, em 1976, a última delas em 2010. Imagem de Brad Sigmon, condenado à pena de morte, fornecida pelas auoridades da Carolina do Sul
Departamento Prisional da Carolina do Sul via AP
Um condenado à pena de morte deverá ser colocado em frente a um pelotão de fuzilamento pela primeira vez em quase 15 anos nos EUA nesta sexta-feira (7). A execução está programada para ocorrer na Carolina do Sul.
Às 6 horas da tarde no horário local (20h em Brasília), Brad Sigmon, 67, entrará na câmara de execução, será amarrado a uma cadeira e terá um alvo colocado sobre seu coração. Ele poderá proferir as últimas palavras antes que um capuz seja colocado em sua cabeça, uma cortina que o protege dos espectadores seja puxada para o lado e três voluntários armados com rifles disparem simultaneamente balas projetadas para se estilhaçar no impacto com seu peito.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
A menos que o governador ou a Suprema Corte dos EUA lhe conceda um adiamento de última hora, Sigmon será a primeira pessoa a morrer por fuzilamento no país desde 2010 — e apenas a quarta desde que a pena de morte foi retomada nos EUA há 49 anos.
O método é raramente utilizado nos Estados Unidos, mas bastante comum em outros países do mundo que têm a pena capital — um dos quais a Indonésia, onde dois brasileiros presos foram fuzilados em 2015.
Sigmon, que admitiu ter matado os pais de sua ex-namorada com um taco de beisebol depois que ela se recusou a voltar para ele, disse que escolheu morrer por balas porque considerou piores as outras opções oferecidas pelo estado.
Seus advogados disseram que ele não queria escolher a cadeira elétrica, que o “cozinharia vivo”, ou uma injeção letal, cujos detalhes são mantidos em segredo na Carolina do Sul.
Ele também temia que uma injeção de pentobarbital em suas veias enviasse um fluxo de fluido para seus pulmões e o afogasse. Na quinta-feira (6), Sigmon pediu à Suprema Corte dos EUA que adiasse sua execução porque o estado não divulga informações suficientes sobre a droga de injeção letal.
Pelotão de fuzilamento
A única opção restante do condenado à morte era um pelotão de fuzilamento, um método de execução com uma história longa e violenta nos EUA e ao redor do mundo. A morte em uma saraivada de balas já foi usada para punir motins e deserções em Exércitos, como justiça de fronteira no Velho Oeste americano e como uma ferramenta de terror e repressão política na antiga União Soviética e na Alemanha nazista.
Nos últimos anos, no entanto, alguns defensores da pena de morte começaram a ver o pelotão de fuzilamento como uma opção mais humana: se a mira dos atiradores for verdadeira, a morte é quase instantânea, enquanto injeções letais exigem a introdução de um catéter em uma veia. A eletrocussão parece queimar e desfigurar. E os presos já foram vistos se contorcendo e sofrendo com o emprego do método mais recente, gás nitrogênio — usado para sufocá-los ao ser injetado através de uma máscara.
Ronnie Gardner foi o último prisioneiro a ser executado por um pelotão de fuzilamento, em Utah, em 2010. Seu irmão não concorda que o método seja mais humano.
“Isso será horrível e bárbaro”, disse Randy Gardner. Ele disse que não testemunhou a morte do irmão, mas carrega suas fotos da autópsia em um envelope. Ele tirou várias para mostrar a um repórter da Associated Press que testemunhará a execução desta sexta-feira.
“Com a munição que estão usando aqui (na execução de Sigmon), vai ser muito pior”, disse Gardner.
Cadeiras posicionadas em frente à câmara de execução da prisão de Broad River, na Carolina do Sul
Departamento Prisional da Carolina do Sul via AP
Dentro da câmara de execução
A câmara dentro da qual Sigmon morrerá fica a uma curta caminhada do corredor da morte da Carolina do Sul, onde o prisioneiro vive há 23 anos.
Quando a cortina se abrir na sexta-feira à noite, o advogado de Sigmon, familiares das vítimas e três membros da mídia assistirão por trás de um vidro à prova de balas, trocado especialmente para a sua execução.
Os atiradores estarão a 4,6 metros de distância — menor do que a distância que separa a linha da pequena área e o gol em um campo de futebol.
Momentos após o capuz ser colocado sobre a cabeça de Sigmon, três voluntários treinados atirarão ao mesmo tempo.
Cada um estará armado com balas TAP Urban Winchester de calibre .308, frequentemente usadas por atiradores policiais. A munição é projetada para se estilhaçar no impacto com algo duro, como os ossos do peito de um preso, lançando fragmentos destinados a destruir o coração e causar a morte quase imediatamente.
Pouco tempo depois, um médico confirmará que Sigmon está morto. O processo levará cinco minutos no máximo — quatro vezes menos que o necessário para uma injeção letal.
Câmara de execução da prisão de Columbia, na Carolina do Sul, com cadeira elétrica em primeiro plano e cadeira para fuzilamento atrás, à esquerda
Departamento Prisional da Carolina do Sul via AP
O crime
Sigmon espancou até a morte os pais de sua ex-namorada com um taco de beisebol pois estava bravo porque eles o haviam expulsado de um trailer que possuíam, onde ele morava de favor. Eles estavam em quartos separados na casa deles, no Condado de Greenville e Sigmon os perseguiu de um lado para o outro, atacando-os até que eles morressem, disseram os investigadores.
Sigmon então sequestrou sua ex-namorada sob a mira de uma arma, mas ela escapou de seu carro. Ele atirou nela enquanto ela corria, mas errou, disseram os promotores.
“Minha intenção era matá-la e depois a mim mesmo”, disse Sigmon em uma confissão digitada por um detetive após sua prisão. “Essa era minha intenção o tempo todo. Se eu não pudesse tê-la, não deixaria mais ninguém tê-la. E eu sabia que chegaria ao ponto em que não poderia mais tê-la.”
Última chance
Se a Suprema Corte dos EUA não intervir, Sigmon terá uma última chance de sobrevivência: seus advogados pediram ao governador da Carolina do Sul, o republicano Henry McMaster, para comutar sua sentença de morte em prisão perpétua. Eles disseram que Sigmon é um prisioneiro-modelo em quem os guardas confiam e que trabalha todos os dias para expiar os assassinatos que cometeu após sucumbir a uma doença mental grave.
Sigmon compartilhará sua refeição final com alguns colegas no corredor da morte e planeja doar a eles o crédito que acumulou trabalhando na prisão, e que pode ser trocado por produtos de higiene ou papelaria.
O diretor da prisão estará em uma ligação com McMaster e o Gabinete do Procurador-Geral da Carolina do Sul pouco antes do início da execução. Se os advogados não relatarem nenhuma apelação pendente e o governador recusar a clemência, Sigmon será levado para a câmara da morte.
Nenhum governador da Carolina do Sul concedeu clemência a um prisioneiro com execução iminente desde que a pena de morte foi restabelecida, em 1976. Desde então, 46 ​​homens foram condenados à morte no estado.
A Suprema Corte do estado tem emitido um mandado de execução a cada cinco semanas, em média. Atualmente, outros dois presos tiveram o caso transitado em julgado e não têm mais direito a apelação; eles também poderão escolher entre injeção letal, pelotão de fuzilamento ou cadeira elétrica.
VEJA TAMBÉM
Qual país mais aplica pena de morte?



Source link

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Internacional

'Estão jogando corpos no mar': associação alauíta pede intervenção internacional na Síria

Mais de 1.000 pessoas, a maioria civis, aforam mortas em confrontos em...

Internacional

Mark Carney assumirá como primeiro-ministro do Canadá no lugar de Trudeau

Mark Carney foi eleito para liderar o Partido Liberal e assumir o...

Internacional

Mark Carney será o próximo novo primeiro-ministro do Canadá | Mundo

Carney, de 59 anos, foi executivo de longa data do Goldman Sachs,...

Internacional

Papa Francisco tem ‘leve melhora’ e volta a comer alimentos sólidos, diz Vaticano | Mundo

A previsão é de que nesta noite, após usar máscara de oxigenação...