Não é pouca coisa o currículo de George Foreman no boxe. O pugilista, que morreu aos 76 anos na sexta-feira (21) foi simplesmente o principal antagonista de Muhammad Ali, o maior de todos.
É irônico que para a maioria de nós, jovens demais para termos assistido à histórica luta “Rumble in the Jungle”, de 1974 –quando foi nocauteado por Ali em frente a um público de 60 mil pessoas em Kinshasa, Zaire (atual República Democrática do Congo)–, a reputação principal de Foreman venha de uma sanduicheira licenciada em seu nome.
O George Foreman Grill foi um sucesso fabuloso: vendeu mais de 100 milhões de unidades desde que foi lançado, em 1994. George, por óbvio, ganhou muito mais grana com o eletroportátil do que batendo e apanhando no ringue.
O grill surgiu numa época em que a TV vivia a época de ouro dos comerciais em que atores-vendedores passavam longos minutos demonstrando os predicados deste ou daquele produto, com direito à claque no estúdio.
George Foreman fez milhões de pessoas acreditarem que sua traquitana –um tostex elétrico inclinado e com uma canaleta para receber a gordura excedente– talvez fosse melhor para grelhar um bife do que a boa e velha frigideira.
Eu comprei o grill na época. É um bom aparelho, mas não para a função anunciada. Apesar de ser aquecido em cima e embaixo, o que otimiza o preparo do alimento, não é quente o bastante para fazer aquele tostado na carne. O bife meio que cozinha e fica cinzento (ou seco, se você esperar a umidade verter).
E, como todos esses aparatos, é um inferno para lavar. Porque você não pode botar embaixo da torneira, a água destruiria os componentes elétricos.
Vá em paz, George Foreman. Você mereceu a fortuna que ganhou com o grill, muito bom para fazer misto quente.
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