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HRW pede que norte-coreanos capturados não sejam devolvidos



A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) pediu nesta quinta-feira (16) que seja garantido um tratamento humanitário aos prisioneiros de guerra norte-coreanos capturados pela Ucrânia na região de Kursk e advertiu sobre as represálias que esses prisioneiros podem sofrer se forem devolvidos à Coreia do Norte.

“As autoridades devem continuar respeitando essas proteções e se comprometer a não repatriar à força os prisioneiros de guerra para países como a Coreia do Norte, onde enfrentam um risco real de graves violações de direitos”, disse a HRW em um comunicado divulgado nesta quinta.

Segundo a ONG, essa ideia está alinhada ao princípio de “non-refoulement” (não devolução), que proíbe o repatriamento de pessoas para países onde correm risco de perseguição ou tortura.

“A Ucrânia e os governos em todo o mundo devem garantir que esses soldados estejam informados sobre seus direitos, sejam tratados com dignidade e estejam protegidos contra repatriação forçada caso enfrentem graves violações de direitos, em conformidade com os princípios do direito humanitário e dos direitos humanos internacionais”, acrescentou a HRW no texto.

A declaração da ONG é divulgada após a publicação de um vídeo na semana passada em que autoridades ucranianas interrogam dois soldados norte-coreanos capturados em Kursk, e no qual um deles expressa seu desejo de permanecer na Ucrânia, o que pode ser considerado traição no seu país de origem.

“Se esse soldado for devolvido à Coreia do Norte, corre o risco de desaparecimento forçado, tortura, prisão injusta, trabalho forçado ou execução por desobedecer a ordens ou tentar desertar. Sua família naquele país já corre o risco de represálias”, advertiu a HRW.

Relatos da imprensa afirmam que muitos desses soldados, inicialmente designados para escavar trincheiras e dar suporte logístico, também foram enviados para a linha de frente, sofrendo muitas baixas.

No vídeo compartilhado pelo governo ucraniano, outro soldado disse que acreditava que sua missão era de treinamento, não de combate, e indícios sugerem que soldados norte-coreanos são executados por seus próprios companheiros quando são feridos.

A Ucrânia manifestou interesse em facilitar o retorno de soldados norte-coreanos que lutam com tropas russas na região de Kursk em troca da libertação de prisioneiros de guerra ucranianos, enquanto Seul diz ter informações de que Pyongyang ordenou que suas tropas destacadas na Rússia cometessem suicídio se corressem o risco de serem capturadas pelo Exército ucraniano.

“A Ucrânia está pronta para entregar seus soldados a Kim Jong-un [ditador norte-coreano] se ele puder providenciar a troca por nossos combatentes que estão em cativeiro na Rússia”, escreveu o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky em suas redes sociais em uma mensagem no último fim de semana, quando anunciou a captura dos dois primeiros combatentes enviados por Pyongyang à Rússia.

Zelensky falou de um total de 4.000 baixas norte-coreanas entre os soldados enviados por Pyongyang, enquanto os Estados Unidos estimaram no mês passado em 1.000 o número dessas baixas em Kursk.



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