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“Inferno na terra”, diz Milei sobre situação da Venezuela



O presidente da Argentina, Javier Milei, disse em comunicado divulgado nesta quinta-feira (9) que a Venezuela vive um “inferno sobre a terra”. O comunicado, veiculado pela conta oficial do Gabinete da Presidência da Argentina, foi divulgado para criticar a prisão da líder opositora María Corina Machado, após uma manifestação contra o regime em Caracas.

Embora já tenha sido libertada, a detenção da opositora gerou forte rejeição internacional e motivou a nota do governo argentino, que denunciou também a violência do regime chavista.

No comunicado, a presidência da Argentina expressou indignação com a situação: “O Gabinete do Presidente expressa sua extrema preocupação pelo ataque criminoso do regime chavista contra a líder democrática María Corina Machado na Venezuela, quando participava de um protesto legítimo em Chacao”.

O episódio ocorreu um dia antes da posse do ditador Maduro para seu terceiro mandato consecutivo, após ter fraudado as eleições que foram vencidas de fato pelo opositor Edmundo González Urrutia.

Segundo o comunicado de Milei, o ato contra María Corina demonstrou a brutalidade do regime socialista: “O presidente Javier Milei convoca os demais governos da região a repudiar o ataque contra Corina Machado, e a exigir o fim do regime socialista que deixou milhões de venezuelanos na pobreza, exilados ou dependentes das dádivas da ditadura, criando um verdadeiro inferno sobre a terra”.

Maduro responde atacando Milei em discurso de posse

Já nesta sexta-feira (10), durante seu discurso de posse para o terceiro mandato consecutivo, Maduro atacou diretamente Milei, chamando-o de “nazisionista” e “sádico social”.

“A extrema direita, encabeçada por um nazisionista, um sádico social chamado Javier Milei, junto ao império norte-americano, acredita que pode impor a Venezuela um presidente”, declarou Maduro durante a cerimônia de posse em Caracas.

Ele ainda afirmou que seu governo venceu uma “conspiração mundial”, liderada pelos Estados Unidos: “Se estamos aqui é porque o Estado venezuelano, exercendo seu direito à legítima defesa frente a uma conspiração mundial pública evidente do poder dos Estados Unidos e de seus satélites e escravos, converteu a eleição da Venezuela em uma eleição mundial, e nós a ganhamos.”

Maduro também mencionou o presidente dos EUA, Joe Biden, insinuando que Washington estaria buscando vingança: “O povo da Venezuela venceu o imperialismo, e o governo em fim de mandato dos Estados Unidos não sabe como se vingar”.

A troca de farpas entre Milei e Maduro não é recente. Desde a campanha eleitoral argentina, o líder chavista tem criticado abertamente o presidente libertário, e a tensão aumentou ainda mais com a expulsão dos diplomatas argentinos de Caracas logo após a eleição venezuelana.

Três dias após o pleito, o Brasil assumiu o comando da sede diplomática argentina na Venezuela, que abriga neste momento seis refugiados políticos que colaboram com a oposição liderada por María Corina. O clima entre os dois países ficou ainda mais tenso há cerca de um mês, quando agentes chavistas prenderam o gendarme argentino Nahuel Gallo, acusando-o de espionagem e terrorismo ao cruzar a fronteira venezuelana durante férias.



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