Ao visitar uma metrópole com muito o que ver, como Seul, é compreensível que o turista faça um roteiro voltado apenas àquele destino. Mas na Coreia do Sul, onde tudo é acessível por transporte público, um giro pelo interior é mais do que bem-vindo para mergulhar mais fundo na rica cultura budista do país —e também para acrescentar algumas doses de adrenalina à viagem.
Próximo da capital, a cerca de 40 quilômetros do seu centro, fica a Korean Folk Village, um museu a céu aberto com apresentações culturais e mais de 260 construções remanescentes da época da dinastia Joseon que foram realocadas ali e restauradas para reproduzir o modo de vida da população séculos atrás. Os ingressos custam 32 mil wons, ou R$ 130.
Perto dali também fica o Everland, um parque de diversões com uma das poucas montanhas-russas de madeira do continente, com 56 metros de altura e que chega aos 104 kmh. Assim como a Folk Village, o parque é acessível de transporte público, o que permite até mesmo um bate e volta saindo de Seul.
Já do outro lado da península, Busan é a segunda maior cidade da Coreia do Sul e casa do sétimo maior porto do mundo em movimentação de cargas. É por isso que, em um primeiro momento, a geografia da cidade parece bastante confusa: a maior parte do seu litoral é dedicada aos navios e à infraestrutura que eles demandam, como estaleiros, docas, armazéns e grandes pátios de contêineres. É dali, aliás, que partem balsas com destino a Fukuoka e Osaka, no vizinho Japão.
Devido à proximidade com o mar, Busan tem o maior mercado de peixes e frutos do mar do país. Próximo ao centro e ao porto, em um prédio de cinco andares em formato de gaivota, fica o mercado Jagalchi —que também é famoso pela maioria feminina entre os comerciantes.
Por ali, os pescados (dos mais comuns aos mais exóticos) não poderiam ser vendidos mais frescos. Eles são expostos ainda vivos em centenas de tanques com água corrente. O cliente escolhe as opções que deseja e leva para o andar de cima, onde os restaurantes cobram apenas pelo preparo e pelo serviço.
Até mesmo para quem não é chegado em frutos do mar, é um passeio no mínimo curioso —e quem preferir outros tipos de prato pode encontrá-los ali perto, na Nampodong, famosa rua comercial, com todas as lojas e restaurantes que se pode imaginar.
Do outro lado da cidade, mais afastado do porto, fica a praia de Haeundae, a maior do país, que chega a lotar no auge do verão. Graças aos arranha-céus que a rodeiam, o lugar tem uma vibe que lembra Balneário Camboriú.
Para os dias menos convidativos à praia, há por ali algumas outras opções de diversão, como o Blueline Park, que transformou uma antiga e desativada ferrovia à beira-mar em um complexo de trens e cápsulas panorâmicos sobre trilhos —os bilhetes custam cerca de 18 mil wons, ou R$ 75, por pessoa.
Na mesma região fica uma parada obrigatória para os cinéfilos, o Busan Cinema Center, um imponente centro cultural com o maior teto em balanço do mundo, sob o qual acontecem exibições para uma plateia de 4.000 pessoas. Todo mês de outubro, o local recebe o Festival Internacional de Cinema de Busan, o maior do gênero na Ásia.
A cerca de 90 quilômetros da cidade (ou 35 minutos de trem), vale visitar Gyeongju, a antiga capital do reino da Silla, que governou partes da península por quase um milênio, até o ano de 935. Dessa época, a cidade e seus arredores preservam esculturas, pagodas (torres budistas com múltiplas beiradas), templos e palácios que, em conjunto, são consideradas Patrimônio Mundial da Unesco.
Um bom roteiro pela região pode começar o mais cedo possível na Seokguram, uma gruta artificial, construída no século 8º no alto de uma montanha para abrigar uma estátua de Buda com quase cinco metros de altura.
É um lugar realmente impressionante: de fora, quem vê a pequena casinha com vista para o mar não consegue imaginar que lá dentro exista algo tão monumental, belo e perfeitamente simétrico.
Depois de alguns momentos no alto da montanha, a manhã de contemplação continua pela trilha de três quilômetros que desce da gruta até o colorido templo Bulguksa. É uma caminhada que não cansa muito, já que é uma descida e oferece belas vistas da região, além de uma fonte de água mineral ideal para se refrescar no meio do trajeto.
Passeie com calma pelo templo e, de lá, siga para o Gyeongju World, um parque de diversões que não fica devendo nada aos de Orlando, nos EUA. Por lá há brinquedos de água para aliviar o calor, pistas de esqui que garantem a diversão no inverno, uma grande área infantil e, para os jovens e adultos, duas montanhas-russas —uma delas, a Draken, a maior e mais rápida da Coreia do Sul, com 63 metros de altura e uma queda de 90º que leva o carrinho a uma velocidade de 117 km/h.
Aqueles mais interessados na cultura budista podem se programar para visitar mais dois templos pelo interior da Coreia.
Um deles é o Beopjusa, que fica dentro do Parque Nacional de Songnisan, próximo a Okcheon, no meio do caminho entre as cidades de Seul e Busan. Construído no século 6º, ele é especial por abrigar, no mesmo local, uma pagoda de quase 23 metros (a mais alta da Coreia do Sul e a única totalmente de madeira que ainda está de pé) e uma estátua de 33 metros de altura e coberta por 80 quilos de folhas de ouro.
O outro é o templo Unmunsa, que fica entre Gyeongju e Busan. É o maior mosteiro budista do país, podendo abrigar até 260 monges. É especialmente bonito pela sua localização, no meio de um vale e cercado de belas montanhas cobertas de verdes.
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