O Ministério das Relações Exteriores da Itália anunciou nesta sexta-feira (27) que a jornalista italiana Cecilia Sala foi presa no último dia 19 em Teerã, capital do Irã, onde estava a trabalho.
“Em coordenação com a Presidência do Conselho [de Ministros da Itália], a Farnesina [nome pelo qual é conhecido o Ministério das Relações Exteriores] trabalha com as autoridades iranianas para esclarecer a situação jurídica de Cecilia Sala e verificar as condições da sua detenção”, informou a pasta, em comunicado.
A Farnesina informou que o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, a Embaixada e o Consulado italianos em Teerã “acompanham o caso com a máxima atenção desde o seu início”.
Também relatou que nesta sexta-feira a embaixadora italiana em Teerã, Paola Amadei, realizou uma visita consular para verificar as condições e o estado de detenção de Sala.
“A família foi informada dos resultados da visita consular. Anteriormente, a doutora Sala teve a oportunidade de fazer duas ligações telefônicas para parentes”, informou a pasta.
“Em concordância com os pais da jornalista, a Farnesina convida a imprensa a exercer a máxima discrição para facilitar uma resolução rápida e positiva do assunto”, finalizou o comunicado.
Em um artigo, Claudio Cerasa, diretor do jornal Il Foglio, onde Sala trabalha, escreveu que “o jornalismo não é um crime” e pediu a libertação da jornalista. Ele informou que Sala está presa na temida prisão de Evin, conhecida por abrigar presos políticos e por torturas, execuções e desrespeito aos direitos humanos.
“Cecilia estava no Irã, com um visto válido, para fazer a cobertura de um país que ela conhece e ama — um país onde as informações são sufocadas por meio de repressão, ameaças, intimidação, violência e detenções, muitas vezes visando os próprios jornalistas”, disse Cerasa.
“Decidimos publicar a história de Cecilia após receber garantias de nossos funcionários diplomáticos de que informar nossos leitores sobre sua prisão não atrapalharia os esforços diplomáticos para trazê-la de volta para casa”, acrescentou o diretor, que disse que “Teerã escolheu desafiar tudo o que o Ocidente considera universalmente sagrado: a nossa liberdade”.
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