O Brasil tem dezenas de regiões produtoras de café, cada uma com suas características geográficas capazes de produzir bebidas com diferentes notas sensoriais.
Mostrar essas singularidades das regiões produtoras para o mundo foi o que motivou o engenheiro agrônomo Juliano Tarabal a idealizar um livro que retrate a cafeicultura de norte a sul do Brasil.
Assim nasceu “A Revolução do Café Brasileiro – Regiões com Indicação Geográfica”, que será lançado na próxima sexta (22), durante a SIC (Semana Internacional do Café), em Belo Horizonte.
Tarabal é diretor-executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, primeira região cafeeira do Brasil a conquistar o selo de denominação de origem. Ele coordenou o livro ao lado de Enrique Alves, pesquisador da Embrapa Rondônia que desenvolve programas de qualidade dos robustas amazônicos.
Produzido com apoio da Lei Rouanet, o livro percorre 14 regiões brasileiras de cafés com Indicação Geográfica: Alta Mogiana, Caparaó, Montanhas de Minas, Matas de Rondônia, Mantiqueira de Minas, Montanhas do Espírito Santo, Pinhal, Cerrado, Garça, Campos das Vertentes, Conilon Capixaba, Sudoeste de Minas, Canastra e Norte Pioneiro do Paraná.
Escrito em português e inglês, para alcançar também os entusiastas do café brasileiro pelo mundo, as histórias das regiões são contadas por meio das trajetórias dos cafeicultores e de imagens capturadas pelo fotógrafo Marcelo Coelho.
Com edição própria, a obra é um retrato do momento do Brasil na batalha para ser reconhecido como produtor de qualidade, e não apenas quantidade.
Após o lançamento na SIC, estará disponível em livrarias físicas e digitais.
OUTRAS NOTÍCIAS DO SETOR
Está aberta a temporada brasileira de leilões de cafés vendidos a preços inacreditáveis. Todo ano, entre outubro e dezembro, as regiões produtoras começam a fazer seus concursos de qualidade seguidos de leilões dos lotes vencedores. Com a crescente busca por cafés com notas sensoriais diferentes, cresce também o valor que os compradores estão dispostos a pagar por esses grãos.
Esses prêmios fazem parte de um esforço para promover a região. Ao propagar que um grão foi arrematado por valor tão alto, o local chama atenção de possíveis compradores para a qualidade do seu terroir. Seguem abaixo alguns destaques desta temporada de concursos.
CERRADO BATE RECORDE – Na última quarta-feira (13), uma saca de café do 60 kg foi arrematada por incríveis R$ 115 mil —algo como quase R$ 2.000 por quilo do grão verde. Ela foi adquirida por um consórcio formado por Sebrae, Carpec e Louis Dreyfus. Trata-se de um café do produtor Enivaldo Marinho Pereira, da Fazenda Cruzeiro/Cachoeira, em Carmo do Paranaíba. Um diferencial desse leilão é que ele teve um apelo solidário. Parte dos recursos arrecadados serão destinados a hospitais e projetos sociais da região.
MAIOR COOPERATIVA DE CAFÉ DO MUNDO – A Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) também anunciou nesta semana os vendedores do seu prêmio Especialíssimo. O grande campeão foi o produtor Reginaldo Aparecido Franco, com um lote que alcançou uma pontuação de 89,41. Ele recebeu uma premiação de R$ 50 mil. Ao todo, foram distribuídos R$ 330 mil em prêmios aos 50 lotes selecionados.
ALTA MOGIANA – No mês passado, a Terracota Specialty Coffee, do produtor Flávio Antônio de Matos, foi anunciada como a vencedora do Concurso de Qualidade de Café da Alta Mogiana. O grão da variedade geisha alcançou uma nota de 91,43 pontos na escala de avaliação sensorial e foi vendido pelo valor de R$ 25.000,00 a saca de 60 kg —um recorde regional.
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