O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, sugeriu nesta quinta-feira (20) que o ex-presidente americano Joe Biden (2021-2025) teria ligações com o grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua e pediu para que o sucessor do democrata, Donald Trump, peça “relatórios” para investigar a conexão – da qual o tirano não apresentou provas.
“Eu respeitosamente digo ao presidente Donald Trump para solicitar os relatórios dos últimos quatro anos do FBI e da DEA [agência antidrogas dos Estados Unidos], dos escritórios na Colômbia, para que vocês possam ver, presidente Trump, quem financiou, quem movimentou, quem dirigiu o famoso Tren de Aragua, quem o levou para a Colômbia, quem o levou para os Estados Unidos”, declarou Maduro num ato de governo em Caracas, de acordo com informações da agência EFE.
O ditador da Venezuela alegou que a gangue “pretendia a partir da Colômbia, com laços profundos com a administração anterior” dos Estados Unidos, “trazer terrorismo” à Venezuela.
“Se algo pode ser dito sobre o terrorismo do Tren de Aragua, o extinto Tren de Aragua, é que eles queriam atacar as cidades do país com terrorismo e nós o impedimos com inteligência, com ação. Presidente Trump, peça esses relatórios para que você possa ver, digo isso com sinceridade e respeito, para que você possa ver a verdade sobre o famoso Tren de Aragua”, disse Maduro.
O ditador usou o termo “extinto” porque alega que o Tren de Aragua não opera mais na Venezuela. Nem a gestão Trump nem Biden se manifestaram ainda sobre o comentário de Maduro, cuja suposta ligação com o Tren de Aragua é denunciada há anos e investigada no Chile.
Durante a campanha presidencial nos Estados Unidos, Trump alertou sobre a presença do Tren de Aragua em vários estados americanos, e sua gestão informou no início deste mês que um grupo de migrantes que foi enviado para a base naval de Guantánamo, em Cuba, é composto por membros da gangue.
Entretanto, na semana passada, o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, negou que houvesse membros do Tren de Aragua em um grupo de venezuelanos deportados dos Estados Unidos dias antes.
Nesta semana, os Estados Unidos incluíram o Tren de Aragua, além de seis cartéis de drogas mexicanos e a gangue salvadorenha Mara Salvatrucha (MS-13), na sua lista de grupos terroristas.
Nesta quinta-feira, Maduro também se colocou à disposição para apresentar a Trump “informes” que comprovariam desvio de dinheiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês) para opositores venezuelanos, acusação já feita pela Procuradoria-Geral do país (subserviente ao ditador) e negada pelos políticos citados.
Deixe um comentário