A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, disse neste domingo que o ditador Nicolás Maduro está “encurralado” dentro e fora do país, e afirmou que “o fim” do governo chavista está “muito mais próximo do que muitos imaginam”, apesar da insistência do mandatário de que será empossado como chefe de Estado em janeiro, após a polêmica reeleição.
“Maduro está totalmente encurralado. No entanto, ainda parece que há alguns homens de pouca fé que, além disso, acreditam que podem convencer os venezuelanos de que somos um povo derrotado, um povo que deve se contentar com a humilhação, com a indignidade dos restos deixados por essa festa dos corruptos”, disse a ex-deputada em um áudio compartilhado nas redes sociais.
Machado declarou que o chavismo na Venezuela “entrou em colapso” nas eleições presidenciais de 28 de julho, com a “vitória” do candidato da maior aliança de oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), Edmundo González Urrutia, após o que o governo de Maduro reagiu com “violência”.
“Mas o que isso reafirmou foi a vontade de mudança de nós, venezuelanos, e isolou Maduro dentro e fora do país”, analisou a líder da oposição, principal apoiadora do líder da PUD na Venezuela.
Em sua opinião, o governo “tem consciência de sua fraqueza” e entende “as implicações do colapso da tirania” na Síria, onde o presidente Bashar al-Assad caiu há exatamente uma semana em uma ofensiva de uma coalizão insurgente, após décadas de um “regime de força que semeou o terror entre o povo”, disse Machado.
“No entanto, em questão de dias, esse regime desmoronou, caiu porque estava oco por dentro, isolado internacionalmente, e porque muitas coisas estavam acontecendo por baixo dos panos sem que ninguém percebesse, mas, acima de tudo, caiu porque a grande maioria da população não as queria”, enfatizou.
A Venezuela, segundo Machado, está “a um passo da tão esperada mudança”, razão pela qual ela incentivou os cidadãos a ficarem atentos aos “sinais” e a prepararem “o coração, a mente e o corpo para fazer o que precisa ser feito no momento certo”.
“Nunca estivemos tão perto do triunfo final e nada é impossível para aqueles que colocam seu coração, mente e vontade na meta que estabelecemos, e foi isso que demonstramos”, acrescentou.
Tanto Maduro quanto González Urrutia disseram que tomarão posse como presidente em 10 de janeiro.
Embora a reeleição de Maduro tenha sido criticada pela comunidade internacional, principalmente devido à falta de evidências que confirmem seu triunfo nas urnas, todas as instituições do país – inclusive as forças armadas – apoiam o líder chavista e veem a PUD como golpistas que tentam tomar o poder à força.
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