A líder opositora María Corina Machado denunciou nesta terça-feira (7) uma nova ação de intimidação por parte do regime de Nicolás Maduro. Segundo ela, forças chavistas voltaram a patrulhar a residência de sua mãe, Corina Parisca, em Caracas, chegando a colocar inclusive postos de controle nas imediações.
A opositora denunciou o ocorrido por meio de suas redes sociais, destacando que a região também sofreu um corte de energia durante o cerco à residência.
“Há algumas horas, agentes do regime cercaram a casa da minha mãe, instalaram bloqueios em toda a urbanização e sobrevoaram a área com drones. Além disso, “faltou luz” na região. Minha mãe tem 84 anos, está doente, com problemas crônicos de saúde. Maduro e companhia, vocês não têm limites para sua maldade. Covardes”, publicou María Corina, repudiando o ato como uma tentativa de intimidação por parte do regime de Caracas.
O episódio a poucos dias antes da data marcada para a posse presidencial, em 10 de janeiro, quando tanto o ditador Maduro quanto o presidente eleito Edmundo González Urrutia afirmam que assumirão o governo venezuelano. A disputa pelo controle do país tem levado a um aumento da repressão contra líderes opositores e seus familiares por parte da ditadura chavista.
González também relatou nesta terça-feira o sequestro de seu genro, Rafael Tudares. Em uma mensagem publicada em suas redes sociais, o político afirmou que Tudares foi interceptado por homens encapuzados e armados enquanto levava seus netos à escola.
Diante do ocorrido, o opositor cancelou sua agenda nos Estados Unidos, onde seguia em busca de apoio internacional para sua posse, e decidiu seguir para o Panamá com sua delegação. Segundo fontes próximas ao político, ele tinha encontros previstos com membros do Congresso norte-americano, incluindo o senador democrata Dick Durbin, mas optou por interromper os compromissos após a notícia do desaparecimento de seu genro.
Em novembro do ano passado, agentes da inteligência chavista também cercaram a residência da mãe de María Corina, em um ato semelhante de intimidação. Na ocasião, duas patrulhas estacionaram diante da casa ao longo do dia, com agentes encapuzados patrulhando a área e utilizando sirenes para amedrontar os moradores.
Machado tem sido uma voz crítica contínua contra o regime chavista e permanece na Venezuela, apesar das ameaças e repressão. Nesta terça, ela afirmou manter contato com membros das forças de segurança do país, que, segundo ela, estão “tomando decisões” antes do dia 10 de janeiro.
“Todos estão tomando uma decisão: se querem ser um tirano que os reprime ou um herói que defende seu povo. Esta é a grande oportunidade deles”, declarou.
A líder opositora convocou uma manifestação nacional e internacional para o dia 9 de janeiro, como forma de apoiar a posse de González e repudiar a tentativa de Maduro de manter-se no poder. Segundo ela, o regime chavista enfrenta “divisões e fraturas internas” e está “em uma fase terminal”.
“Obviamente, é uma situação instável e perigosa. Eles usaram a violência, nós acreditamos em uma organização cívica e pacífica. Se todos nós reagirmos dentro e fora, não há força que possa nos deter”, enfatizou Machado.
Deixe um comentário