Ainda no jogo de estreia pelo Athletico, na vitória contra o Paraná, o técnico Maurício Barbieri já falou sobre um problema histórico do clube e que marcou, principalmente, a temporada do rebaixamento em 2024.
A alta rotatividade no comando técnico é um marco negativo de décadas do Furacão. Só neste século, o time nunca teve um treinador que começasse e finalizasse a temporada no comando. Mas Barbieri diz não ter medo das trocas incessantes, que trata como “um tabu”.
“Acho que os tabus estão aí para serem quebrados. Se eu tiver a minha cabeça muito voltada para isso, não vou conseguir fazer o que preciso fazer, que é o foco no dia a dia, desenvolver atletas”, disse o técnico, em entrevista coletiva após o jogo.
Só na última temporada, o Rubro-negro teve cinco treinadores: Juan Carlos Osório, Cuca, o auxiliar Juca Antonello, Martín Varini e Lucho González.
Para o treinador, o foco deve ser o desenvolvimento da equipe. Com muitas saídas e reforços chegando, Barbieri tem o desafio de criar entrosamento num time que perdeu seus principais, e contestados, jogadores de 2024. Por isso, o clube escolheu iniciar o Paranaense com o elenco principal.
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“A gente já tem um desafio grande. Muitas equipes fizeram a escolha de começar o Estadual com times alternativos, e a gente está optando por começar da maneira mais forte possível. Isso também tem seus prós e contras. É um desafio grande, mas me sinto preparado, muito motivado e com vontade de responder essa pergunta de outra forma no final do ano”, afirmou.
Barbieri vê cobrança da torcida do Athletico como “herança”
Com um início de temporada marcado por protestos da torcida do Athletico, que levou faixas contra a atual diretoria e questionou o uso do caixa do clube, Barbieri disse entender a postura dos torcedores.
“A gente sabe que o torcedor está machucado. Existe um sentimento grande que eles fizeram a parte dele, e o que não dependia deles não se deu. O torcedor sabe que eu e outros não estávamos, mas a partir do momento que a gente pisa dentro do clube, essa também é uma herança nossa. Só vamos mudar isso com trabalho. Nosso papel é mostrar que merece apoio da torcida e se sinta identificado com a maneira como a gente joga”, pontuou.
Antes do jogo, a torcida distribuiu notas falsas de dinheiro com críticas ao presidente Mario Celso Petraglia, o mandatário também foi xingado em diversos momentos do jogo pela arquibancada.
Técnico do Athletico opina sobre mercado e formação de lideranças
Depois de dispensar as antigas lideranças que protagonizaram o rebaixamento no centenário, com a saída de ídolos como Nikão, Fernandinho, Erick e o afastamento de Thiago Heleno e Pablo, o Furacão busca a formação de novos líderes.
Em campo, quem esteve com a faixa de capitão foi o zagueiro Léo Pelé, um dos reforços da temporada. Barbieri comentou sobre a escolha e enfatizou a importância da criação de novos líderes no grupo.
“Em relação às lideranças, é um contexto desafiador. O Léo já exerceu essa função em clubes que passou e tem essa característica. Algo fundamental agora é ajudar não só o Léo, mas desenvolver outras lideranças também. É um aspecto fundamental quando a gente está falando de grupo de pessoas, as lideranças têm papel importantíssimo. O Léo se comportou muito bem, ele pode nos ajudar fazendo essa função e ajudando a criar outros líderes”, opinou.
O técnico também falou sobre possíveis saídas do time, sem dar muitos detalhes, e disse que o Furacão quer valorizar os seus ativos, apesar do rebaixamento. O atacante Cuello é um dos jogadores com saída encaminhada para o Atlético-MG.
“A janela está aberta, a gente conversa diariamente sobre o que achamos ideal, mas vão chegar ofertas. O mercado acaba vendo dessa maneira, que por conta do descenso, ele teria uma facilidade de buscar jogadores que têm um bom nível”, destacou Barbieri.
O atacante Mastriani e o meia Zapelli seguem no elenco, mas também estão sendo especulados em outros clubes. O primeiro interessa ao Vitória, enquanto Zapelli estaria na mira da Udinese, da Itália. Mesmo caso do lateral-esquerdo, Lucas Esquivel, alvo do River Plate-ARG.
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