O presidente argentino, Javier Milei, promoveu através da rede social X, na noite da última sexta-feira (14), uma criptomoeda chamada $LIBRA, ativo baseado no projeto “Viva La Libertad Project”, cujo objetivo é financiar pequenas empresas locais. A divulgação por parte do presidente fez o valor da moeda disparar, entretanto, em seguida, a moeda colapsou e o mandatário apagou o post.
Em sua defesa, Milei alegou que “não estava ciente dos detalhes do projeto” e, depois que tomou conhecimento, decidiu não continuar difundindo a moeda virtual. Por conta da publicação, o mandatário argentino pode virar alvo de investigação no Congresso.
O post original de Milei, fruto da polêmica, era acompanhado da seguinte mensagem: “A Argentina liberal está crescendo!!! Este projeto privado será dedicado a incentivar o crescimento da economia argentina por meio do financiamento de pequenas empresas e startups argentinas. O mundo quer investir na Argentina. $LIBRA””.
A queda da moeda veio após a retirada de quase US$ 90 milhões – em poucas carteiras digitas mas que concentravam 82% do total circulante.
Oposição pede investigação e até impeachment
Ao passo que a situação foi tomando repercussão, opositores políticos do atual presidente manifestaram repúdio e pediram uma investigação. Maximiliano Ferraro, deputado pela Coalizão Cívica, afirmou que a divulgação da criptomoeda por parte do presidente argentino “foi uma manobra especulativa que poderia ser alavancada no poder político do presidente e no uso de informações privilegiadas”.
Além disso, ele apelou para a criação de uma “comissão especial de investigação” no Congresso com objetivo de “esclarecer os fatos e determinar as responsabilidades”. O senador Martín Lousteau, um dos líderes da oposição do governo, afirmou que esta é a segunda vez que Milei divulga criptomoedas enquanto funcionário público, que terminam “sendo uma fraude”.
Em 2021, quando exercia o cargo de deputado, Javier anunciou a plataforma CoinX, que oferecia lucros de 8% ao mês em dólares e que está sob investigações de fraude. Esteban Paulón, deputado socialista, afirmou que “junto com deputados de vários blocos”, apresentará um pedido de impeachment contra o mandatário: “O que aconteceu é extremamente grave e degrada o gabinete presidencial”.
Aliados saem em defesa do presidente
Os principais aliados de Milei saíram em sua defesa. Patricia Bullrich, ministra da Segurança, acusou a oposição de transformar a polêmica em uma “bomba atômica para tentar derrubá-lo”. Ela também argumentou que o presidente “tem liberdade de expressão para poder levantar quaisquer questões que considere apropriadas” e que é “inacreditável pedir impeachment por um tuíte”.
Carolina Píparo, deputada pelo “La Libertad Avanza” – mesmo partido de Milei – também saiu em defesa dele. “O presidente esclareceu a situação. Mas ainda é surpreendente que tantos se aproveitem desta ou de qualquer situação para fazer mal, que se alegrem com a ideia de que um governo está indo mal, como se isso não fosse afetar a todos nós. Esse desejo é muito pequeno e miserável.”
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