Milhares de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre comovente de Shiri e seus filhos, Ariel e Kfir Bibas, nesta quarta-feira (26), em Israel. Os três foram assassinados em Gaza, enquanto eram mantidos em cativeiro por terroristas após o sequestro em 7 de outubro de 2023.
Algumas dezenas de pessoas que foram assistir ao funeral na Praça dos Reféns, no centro de Tel Aviv, estavam vestidas com roupas laranja e carregavam balões da mesma cor, em referência aos dois filhos do casal Bibas, que eram ruivos.
Shiri, Ariel e Kfir Bibas foram enterrados juntos em um único caixão. Segundo o jornal Times of Israel, o mestre de cerimônias do funeral, Carmit Palty Katzir, disse que, desta forma, “eles permanecerão juntos e próximos, assim como Shiri envolveu as crianças, sempre, inclusive naquele dia amaldiçoado”.
O marido de Shiri e pai dos meninos Ariel e Kfir, assassinados com apenas quatro anos e nove meses, respectivamente, fez um discurso emocionante para as centenas de pessoas presentes no momento fúnebre, no sul de Israel.
Em um momento do funeral, Yarden Bibas pediu ao filho mais velho, Ariel, de quatro anos, que o perdoasse por não tê-lo salvado. “Ariel, espero que você não esteja bravo comigo por não protegê-lo adequadamente e por não estar lá por você. Espero que saiba que pensei em você todos os dias, a cada minuto”, disse Yarden durante o funeral realizado perto do kibutz Nir Oz, a poucos quilômetros de Gaza.
“Espero que você esteja aproveitando o paraíso. Tenho certeza de que está fazendo todos os anjos rirem com suas piadas bobas e imitações. Espero que haja muitas borboletas para você observar, assim como fazia durante nossos piqueniques”, acrescentou o pai da família Bibas, que também foi mantido como refém do Hamas em Gaza.
Referindo-se à esposa, Shiri, de ascendência argentina e peruana, o marido relembrou como se conheceram e a jornada até o episódio cruel do sequestro ao assassinato dos três. “Eu me lembro da primeira vez que eu disse ‘mi amor’ para você. Foi bem no começo do nosso relacionamento. Você me disse para te chamar assim somente se eu tivesse certeza que te amava, para não dizer isso da boca para fora. […] Shiri, eu vou te confessar agora que eu já te amava naquela época quando eu disse ‘mi amor'”, disse Yarden Bibas.
Ele também lembrou a última decisão que tomaram juntos: “No bunker, perguntei se deveríamos lutar ou nos render. Você disse lutar, então eu lutei”, revelou.
Falando sobre Kfir, Yarden, que usava uma kipá laranja, em alusão à cor do cabelo de sua esposa e filhos, disse que sentia falta de mordiscá-lo e ouvir suas risadas, assim como de suas brincadeiras matinais antes de ir para o trabalho. “Eu apreciava tanto aqueles pequenos momentos e agora sinto mais falta deles do que nunca!”, lamentou.
Yarden concluiu seu discurso com uma indireta aos terroristas. “Eu prometo a vocês, como prometi à mamãe e ao papai, que os monstros além da cerca não terão sucesso em sua missão. Eles não nos derrotarão, eles não nos destruirão”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu um minuto de silêncio em homenagem aos Bibas ao comparecer ao tribunal esta manhã para testemunhar em seu julgamento por corrupção, de acordo com o jornal israelense Haaretz.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, iluminou sua residência em Jerusalém de laranja em homenagem a Shiri e seus dois filhos assassinados.
No último dia 21, o porta-voz das Forças de Defesa israelenses (FDI), contra-almirante Daniel Hagari, negou a versão do Hamas de que os três reféns foram mortos em um ataque aéreo.
De acordo com Hagari, o Hamas e a Jihad Islâmica assassinaram o bebê Kfir Bibas e seu irmão mais velho, Ariel, “com as próprias mãos”.
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