A modinha do pistache está fora de controle no Brasil.
Tem esfiha de pistache no Habib’s, manda um amigo por mensagem no zap. Tem pão de queijo com pistache na Ofner, publica uma amiga nos stories do Instagram.
É tanta demanda que, leio aqui na Folha, estão pensando em plantar pistache aqui no Brasil para substituir as importações, que batem recorde ano após ano.
Só que plantar pistache no Brasil não é lá muito simples. Nosso clima não é próprio para o pistacheiro, que se originou em regiões temperadas, às margens do Mediterrâneo.
Uma produção nacional de pistache, em escala comercial, demandaria pelo menos dez anos de estudos para a adaptação da espécie, informa o mesmo texto.
A questão que fica é: será que, daqui a dez anos, ainda haverá tanta gente louca por pistache por aí?
Meu palpite é que não. Que a modinha do pistache será logo substituída por outra. Avelã, baunilha de Madagascar, cumaru, sabe-se lá o quê.
Investir grana pesada e capital intelectual para possibilitar grandes plantações de pistache no semiárido nordestino me parece uma ideia disparatada.
Seria mais ou menos como se, em 2014, decidissem criar um parque industrial exclusivo para a produção de paletas mexicanas –gigantesca onda de consumo que bateu por aqui naquela época e depois foi embora.
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